domingo, 21 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (236)

236 | Ano B | Tempo Comum | 3ª Semana | Segunda-feira | Marcos 3,22-30

22/01/2024

No texto evangélico de hoje, Jesus continua sob “fogo cruzado”, vindo de todos os lados. Os defensores e professores da Lei, com a cabeça formada pelo templo de Jerusalém, não conseguem entender a ação de Jesus, e fazem-lhe uma acusação muito grave: ele seria um colaborador de Satanás, e sua ação libertadora seria sustentada pelo Diabo.

Jesus entra na discussão para se defender e procura mostrar a falácia da acusação que dirigem contra ele recorrendo a duas breves parábolas. Ele pergunta se um reino ou uma família dividida internamente tem força para se manter de pé. E pergunta também se um ladrão pode entrar na casa de alguém para roubar seus bens sem antes sequestrar ou prender seu proprietário.

Jesus passa das parábolas à realidade concreta. Se ele está expulsando demônios em nome de Satanás, então o Diabo estaria dividido internamente, e o fracasso seria inevitável. Mas se Jesus está expulsando demônios por força e mandato de Deus, ele dominou e amarrou aquele que mantinha o domínio e o controle das pessoas doentes ou possuídas.

E Jesus vai adiante, com uma afirmação forte e desconcertante: qualquer blasfêmia será perdoada, menos a blasfêmia contra o Espírito Santo. O que seria esta blasfêmia que fecha toda e qualquer possibilidade de perdão, colocando limites à misericórdia e à vontade reconciliadora de Deus?

Trata-se da negação da realidade na sua mais profunda evidência, ou então da afirmação que rotula a ação libertadora de Deus como maldade e as injustiças mais horrendas como beneficência. Nestes casos, a rigidez e o fechamento são de tal magnitude que impedem a entrada de qualquer raio de luz, que recusam toda e qualquer iniciativa de Deus, que torcem tudo o que é reto e querem adoçar tudo o que é podre.

É verdade que Jesus dirige estas palavras aos doutores da lei. Mas elas nos colocam no mínimo em atitude de alerta. Basta não esquecer a postura de alguns grupos em relação às interpelações do Papa e à vacinação contra a Covid-19, especialmente das crianças.

 

Meditação:

ü  Contemple a cena: os doutores da lei acusando Jesus, e Jesus debatendo com eles e mostrando a falta de sentido da acusação

ü  Você percebe que hoje há gente que entorta o que é reto e acusa de mal-intencionadas muitas iniciativas que libertam os pobres?

ü  Quais seriam as razões para que pessoas católicas (“gente do bem”) sejam tão resistentes à dimensão social do Evangelho de Jesus?

ü  Que atitude poderíamos tomar diante de setores da própria Igreja que taxam o Papa de comunista e traidor do Evangelho?

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