quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

O Evangelho na vida de cada dia (226)

226 | Ano B | Tempo Comum | 1ª Semana | Sexta-feira | Marcos 2,1-12

12/01/2024

A cena do evangelho de ontem terminou com o homem leproso curado e atuando como apóstolo, e Jesus escondendo-se para despistar os piedosos delatores (“Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade”). A cena de hoje está situada de novo em Cafarnaum, onde Jesus havia passado a residir com os discípulos.

Em Cafarnaum, Jesus continua a atividade própria de um profeta e mestre: o ensino sobre o Reino de Deus, mas desta vez nas casas, e não na sinagoga, espaço controlado pelos doutores da lei. O povo se reuniu, e até o pátio da casa ficou apinhado de gente. É a dificuldade de atravessar a multidão e chegar até a presença de Jesus que leva um grupo de pessoas a uma impressionante expressão de fé.

Como sempre, a fé abre horizontes e mobiliza as energias para encontrar soluções humanas para os problemas humanos. Um quarteto de homens, carregando uma maca com um homem paralítico sobe no telhado da casa, abre um buraco e baixa a maca com o paralítico bem à frente de Jesus. Aquilo que para alguns pode parecer ridículo ou extravagante, Jesus interpreta como límpido sinal de fé, capaz de estimular uma resposta compassiva.

Vendo a fé e o empenho daquelas pessoas, Jesus declara que os pecados do paralítico (que, segundo a moral de em tão, seriam a causa da paralisia) não existem mais. É isso que significa dizer que os pecados estão perdoados. Os doutores da lei, que há mais tempo estavam ao encalço de Jesus, consideraram isso uma blasfêmia intolerável. Para eles, somente Deus, e através deles e do templo, poderia perdoar pecados.

E, para deixar bem claro que reinsere os excluídos na sociedade e o faz em nome de Deus, Jesus ordena que o homem perdoado se coloque de pé, tome sua cama e vá para casa. E assim aconteceu, diante dos olhos esbugalhados dos doutores e da admiração do povo, que nunca tinha visto algo assim: alguém que, por amor e afirmação da dignidade, levanta o manto da exclusão ajuda as pessoas a caminharem com autonomia.

 

Meditação:

ü  Perceba o ódio e a violência que alimenta a postura aparentemente piedosa dos doutores da lei, incapazes de ver a dor humana

ü  Quais são as pessoas que você e sua família estão ajudando a chegar a Jesus e seu Evangelho para serem libertadas

ü  Você pode dizer que superou totalmente a ideia de que as doenças e sofrimentos são castigo de Deus por algum pecado cometido?

ü  Como os cristãos podemos atuar para desfazer o falso vínculo entre sofrimento ou doença e as culpas ou pecados pessoais?

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