segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (257)

257 | Ano B | Tempo Comum | 6ª Semana, Terça-feira | Marcos 8,14-21

13/02/2024

Temos diante de nós o episódio evangélico do duro diálogo de Jesus com seus discípulos, enquanto faziam a travessia do mar, de volta à Galileia, sobre o fermento dos fariseus e de Herodes. Como vimos no último sábado e ontem, isso acontece depois da distribuição de alimentos aos pobres de origem pagã e à exigência de um milagre espetacular por parte dos fariseus.

Há vários indícios de que os discípulos continuavam sem entender e resistindo ao significado interpelador das últimas ações de Jesus, ou seja: a integração dos pagãos e a justiça social e econômica. Desde o início da sua missão e do chamado dos primeiros discípulos, Jesus vem insistindo, sem muito sucesso, nas características essências do discipulado: compaixão solidária pelas pessoas excluídas; austeridade e desapego dos bens; confiança na hospitalidade do povo; abertura ecumênica a quem é ou pensa diferente.

A cena começa com uma constatação: desatentos, os discípulos não haviam levado alimento para a travessia do lago e tinham apenas um pão. Jesus, percebendo que seus discípulos continuavam presos à ideia de uma comunidade pura e fechada, apoiada em meios abundantes e poderosos, introduz uma questão de valor transcendente: o risco de que seus seguidores se deixem contaminar pelo fermento dos fariseus e de Herodes. E os questiona duramente: “Ainda não entendem nem compreendem? Vocês tem olhos e não enxergam, têm ouvidos e não escutam?”

Com estes questionamentos, Jesus provoca a tempestade da qual o mar havia poupado a pequena embarcação. Na verdade, os discípulos resistiam em aceitar que o segredo do Reino de Deus está na partilha, e não no acúmulo; que os pagãos gozam da mesma dignidade que os judeus; que o separatismo vivido pelos fariseus não é coisa de Deus; que a ostentação, o poder e a violência de Herodes revelam sua fraqueza e seu distanciamento de Deus.

Nem o pouco alimento, nem a força do vento, nem os alimentos impuros são as ameaças mais perigosas aos discípulos: o que os ameaça e torna impuros é o fermento do separatismo e do poder que oprime e mata.

                                                                           

Meditação:

ü  Releia o texto, e perceba o duro questionamento que Jesus faz aos discípulos pela falta de abertura e entendimento ao seu ensino

ü  Será que nós, no Brasil do século XXI e da ressaca moralista, entendemos realmente a exigente novidade de Jesus?

ü  Será que nossos pensamentos, decisões e iniciativas são realmente fermentadas pelo Reino de Deus? Onde isso se mostra claramente?

ü  O que você acha do bombardeio de algumas autoridades grupos católicos contra Papa Francisco e a nossa Conferência dos Bispos?

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