sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus em nossa vida (268)

268 | Ano B | 1ª Semana da Quaresma | Sábado | Mateus  5,43-48

24/02/2024

Na escuta do evangelho de ontem, fomos provocados a viver uma justiça maior do que a justiça dos fariseus. “Não matar” não é a medida máxima, mas a medida mínima do amor. Porque nosso próximo, sendo diferente, e até mesmo divergente de nós, é um dom, um presente, relacionar-se fraternalmente com ele jamais será um peso, mas é sempre uma grande alegria. E o caminho para isso é a disposição permanente à reconciliação.

No trecho do evangelho que estamos meditando hoje, Jesus nos oferece um segundo exemplo de uma justiça maior que a dos fariseus: não basta amar o próximo (aqueles que são iguais, pertencem ao mesmo sangue, à mesma religião, à mesma ideologia, ao mesmo grupo de interesses) e cultivar uma olímpica indiferença ou uma belicosa agressividade com os inimigos (os outros, os diferentes, os adversários, os que não pertencem aos nossos círculos de relacionamento).

A reciprocidade entre amigos e próximos pode ser sinal de egoísmo de grupo, de boas maneiras, sem ter nada de Evangelho ou de cristão. “Os pagãos e os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa?”, provoca Jesus. O amor não é espontaneidade, gentileza acomodada que evita a realidade e os conflitos, é nem algo facultativo, que depende da ocasião ou do estado de espírito. Para os cristãos, o amor é mandamento e decisão. E a experiência demonstra que é mais fácil odiar os inimigos que amar o próximo.

Para Jesus, e para quem segue seu caminho, a medida do amor é o próprio Deus, que envia o sol e a chuva para maus e bons. Ele é pai que dá vida de forma indiscriminada e incondicional, por mais que não gostemos disso. Deus é perfeito no seu amor, e o amor perfeito deve ser pleno e inclusivo, e não dividido ou condicional. E os/as filhos/as devem imitar o Pai, como os discípulos/as devem imitar o Mestre. O amor aos inimigos, aos que se opõem a nós ou nos perseguem, é o mandamento mais exigente de Jesus.

Amar concreto e em bitola universal é um desafio que pede profecia e um estilo de vida contracultural e alternativo, que não ignora nem protege relações iníquas e distorcidas.

Meditação:

ü Que impacto tem sobre você este ensino de Jesus: não é suficiente amar os próximos, é preciso amar os inimigos?

ü Como entender hoje a contraposição que Jesus faz entre o amor aos iguais (reciprocidade) e o amor aos inimigos (gratuidade)?

ü Como você, sua família e sua comunidade podem concretizar este ensinamento de Jesus de amar e respeitar os “diferentes”?

ü Quem são as pessoas que hoje você vê como ameaça ou inimigo?

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