segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus em nossa vida (271)

271 | Ano B | 2ª Semana da Quaresma | Terça | Mateus 23,1-12

27/02/2024

Esta página do ensino de Jesus a partir da observação crítica da atitude dos fariseus e doutores da lei, ocorre em Jerusalém, no templo, alguns dias antes da sua prisão e condenação à morte. E nós a lemos na perspetiva da conversão ao Evangelho, que é o apelo especial e predominante desse tempo.

Do ponto de vista literário, o episódio vem antes dos sete “ais” dirigidos aos fariseus, e antecipa cinco exemplos do esforço deles para impressionar o povo. Por fim, a partir do contra-exemplo dos fariseus, cuja imitação os discípulos devem evitar, Jesus anuncia três mandamentos.

É preciso considerar que o objetivo desta cena, apesar da linguagem polêmica e do recurso aos clichês, não é propriamente acusar os fariseus e escribas, mas instruir e prevenir aqueles que seguem a Jesus. Os interlocutores de Jesus são membros da comunidade, e Jesus quer que eles façam uma autocrítica madura e responsável.

Jesus pede que seus discípulos escutem o que os escribas leem e proclamam (leis e profetas), mas não deem crédito à interpretação que fazem e ensinam, e não imitem suas atitudes. A fé em Deus e a conversão ao Reino de Deus implica na coerência entre ler, falar e agir. E é nisso que, segundo Jesus, os escribas e fariseus pecam, e seus discípulos devem evitar.

A crítica de Jesus aos fariseus se concentra em três atitudes: eles fazem tudo para serem vistos e causar boa impressão sobre o povo; eles multiplicam preceitos e proibições sem levar em conta o peso que representam para o povo; eles se recusam a mexer um dedo para ajudar o povo. Por isso, buscam os primeiros lugares e querem ser chamados e tratados como mestres, líderes e pais.

Isso não pode ser imitado, de modo nenhum, pelos/as discípulos/as de Jesus! Todos somos irmã/os e servidores/as uns dos outros, iguais em dignidade, filhos do Pai, guiados e instruídos por Jesus. A igualdade, a fraternidade, a coerência e o serviço configuram nossa identidade como discípulos/as missionários/as de Jesus.

Meditação:

§ Leia atentamente, palavra por palavra, a crítica de Jesus aos escribas e fariseus, assim como o que ele pede dos/as discípulos/as

§ O que Jesus critica nos fariseus e escribas? Que exemplos de ambiguidade deles Jesus apresenta?

§ Será que nós, individualmente e comunitariamente, não caímos na mesma incoerência e tentação na qual caíram os fariseus?

§ O que Jesus manda e pede aos seus discípulos? Como vivemos hoje este tríplice mandamento?

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