domingo, 11 de fevereiro de 2024

O Evangelho na nossa vida (256)

256 | Ano B | Tempo Comum | 6ª Semana, Segunda | Marcos 8,11-13

12/02/2024

Os três versículos deste trecho do Evangelho relatam a reação dos fariseus frente à segunda distribuição de alimento à multidão necessitada, provocada, motivada, organizada por Jesus, com a colaboração dos seus discípulos. Eles não se alegram com a multidão satisfeita, nem estão dispostos a reconhecer nas ações de Jesus a irrupção do Reino de Deus. Muito pelo contrário!

Marcos nos diz que os fariseus saíram e começaram a discutir com Jesus e pedir a ele um sinal que comprovasse claramente que ele era enviado de Deus e agia em nome dele. Na verdade, eles querem testar ou tentar Jesus, como Satanás o havia feito no deserto (cf. Mc 1,13). Seria Satanás um nome fictício para os fariseus e outras lideranças de Jerusalém? Em todos os casos, a reação de Jesus aos questionamentos deles é dura e cortante.

O suspiro de Jesus enquanto reage é significativo, e manifesta irritação e indignação. Será que o que faltava era sinais da parte de Jesus ou fé da parte dos fariseus e doutores da lei? Em seu fechamento e incredulidade, a elite religiosa de Jerusalém exigia de Jesus sinais espetaculares e miraculosos, pois assim eles imaginavam Deus. Acontece que, para Jesus, é preciso desconfiar diante de quem promete mundos e fundos e age para impressionar.

O sinal já estava dado e repetido: a coleta de alimento entre seus seguidores e a distribuição gratuita para saciar a fome do povo. Se, como afirma o Papa Francisco, “a fome é criminosa e a alimentação é um direito inalienável” assegurar que isso aconteça é coisa inspirada por Deus. Mas eles se negavam a ver nestes sinais o atestado de que Jesus agia em nome de Deus. E os próprios discípulos, como vimos na semana passada e será confirmado amanhã, não conseguiam aceitar.

Também nós, discípulos/as de Jesus em terras brasileiras num tempo marcado pela intolerância, precisamos deixar de provocar Jesus pedindo sinais extravagantes. Ele mesmo, em sua humana e solidária encarnação, amando e dando a vida pelos pequenos, é o sinal mais luminoso de Deus. Estaremos nós à sua altura?

                                                                           

Meditação:

ü  Por que será que ainda hoje tanta gente, inclusive entre nós, procura e pedem sinais grandiosos para acreditar?

ü  Por que ainda resistimos a ver na compaixão de Jesus e na solidariedade de tanta gente os sinais da mão divina?

ü  O que podemos dizer das igrejas, santuários e pregadores que reduzem a fé à promessa de milagres mirabolantes?

ü  Será que o que provoca o enfraquecimento da fé é a falta de sinais do amor de Deus ou a nossa incapacidade de reconhece-los?

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