sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O Evangelho de Jesus Cristo em nossa vida (261)

261 | Ano B | Sábado depois das Cinzas | Lucas 5,27-32

17/02/2024

Estamos nos primeiros dias da Quaresma, tempo forte de conversão ao Evangelho de Jesus Cristo. A Campanha da Fraternidade, promovida pelo Conferência Nacional dos Bispo do Brasil convida todos/as a um empenho generoso e qualificado com a amizade ou amor social e solidário.

O episódio do evangelho de hoje ocorre depois da pesca abundante, do chamado dos primeiros discípulos e da cura de um leproso e de um paralítico conduzido a Jesus pelos seus amigos. Pedro havia dito a Jesus: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador”; o leproso dissera que era impuro e que Jesus, se quisesse, podia purifica-lo; e ao paralítico, Jesus declarara: “Filho, teus pecados estão perdoados”.

Também Levi e os demais cobradores de impostos eram tratados como pecadores e odiados como infames pelos radicais judeus. Mesmo assim, Jesus novamente desconhece as fronteiras e muros que separam e hierarquizam pessoas e povos, e chama um pecador suspeito e odiado a ser seu discípulo, sob a murmuração e a reprovação dos fariseus, que se autoconsideravam puros, justos e melhores. Não é por nada que um grande número de pecadores e outras pessoas se reuniram na casa de Levi para festejar alegremente com Jesus esta graça inesperada.

Pecador como Pedro, Levi é chamado e responde sem “se” nem “talvez”. Com Jesus, quem aceita o convite de Jesus e se torna seu discípulo/a derruba os muros erguidos pelo sistema de pureza, que classifica as pessoas entre puras e impuras, justas e pecadores. Jesus questiona e enfrenta essa separação, afirmando que, como o médico se ocupa dos doentes, veio para se ocupar dos pecadores, e não dos que se autoproclamam justos. Sua especialidade é ir ao encontro da ovelha perdida, buscar “os de fora”.

Hoje, o muro que nos separa é a ideologia da meritocracia, do nacionalismo, do machismo, do racismo, do status social, cultural e econômico. É ela que rotula e exclui dos bens e do prestígio social quem é diferente ou é visto como ameaça. É o medo do outro e do diferente que nos leva a construir muros.

                                                                           

Meditação:

ü  Leia atentamente, palavra por palavra, e contemple gesto por gesto esta cena memorável na casa de Levi/Mateus

ü  Perceba a alegria agradecida que aquelas pessoas resgatadas em sua dignidade transmitem, e alegre-se com elas

ü  Diante deste eloquente gesto de Jesus, porque alguns cristãos se escandalizam quando defendemos os marginalizados?

ü  Com qual dos grupos você, interiormente, se identifica: com os sadios, “bons” e justos; ou com os doentes, “maus” e pecadores?

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