Vento de insubmissão
Quem pode me dizer de onde vem este
intocável Sopro de vida
que suscita a palavra dos humilhados
e que nem reis, nem exércitos e nem ditadores
podem calar?
Quem pode me dizer de onde vem este Sopro
de contestação,
este Vento de insubmissão que às vezes sacode a consciência das
nações,
escapa à análise dos politólogos, desconhece
as previsões dos futurólogos,
contradiz os especialistas em sondagens
e ironiza suas sutis percentagens,
este Vento de liberdade não se deixa jamais planificar?
Quem pode me dizer de onde vem este Vento
tão discreto e suave
que ninguém vê se levantar e que,
repentino como um tsunami,
revela as entranhas da nossa humanidade,
recusando o destino cego e a escura
fatalidade?
Quem pode me dizer de onde vem este Vento
que sopra nas grotas da esperança de um mundo sem
esperanças,
este Vento de revolta dos desprezados e dos oprimidos,
exército de homens e de mulheres sem
hierarquias e sem poderes,
que grita que a pessoa humana é mais que
mão-de-obra que pode vendida e comprada nos mercados?
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