Senhor,
ensina-nos a intimidade com o Pai!
860 | 08 de outubro de 2025 | Lucas 11,1-4
Um princípio
importante que ajuda a interpretar corretamente o sentido de uma cena ou texto
do Evangelho é situá-lo no contexto literário no qual está inserido. A cena de
hoje, na qual Jesus é interpelado a ensinar seus discípulos a rezar, está
situada na sua subida de Jesus e seus discípulos a Jerusalém, onde se daria o
confronto definitivo com seus opositores.
Na busca de uma fidelidade serena e
perseverante à vontade do Pai, que ama a humanidade e dá prioridade aos
pequenos, Jesus sente necessidade de espaços de intimidade com ele. A prática
da oração cria e cultiva esse espaço. E Jesus exercita a oração, não como um
mestre que quer ensinar, mas como um filho e enviado que deseja cumprir
generosamente e fielmente a vontade do Pai num ambiente que se torna cada vez
mais hostil e perigoso.
Por isso, em resposta ao pedido dos
discípulos, Jesus compartilha seu modo de rezar, centrado na realização da
vontade do Pai e na expectativa do seu Reino. Não é uma oração que traz as
marcas do medo e da ansiedade, nem uma oração orientada a pedir pequenas coisas
e grandes caprichos, mas uma oração que amplia o horizonte do desejo, fazendo-o
coincidir com o desejo do Pai.
A oração cristã, aquela praticada e
ensinada por Jesus, começa com o ardente desejo de que o Nome do Pai seja
santificado, não seja profanado nem usado como desculpa para a indiferença ou
justificativa para a opressão. Depois, insiste na única coisa necessária, no
tesouro que as traças não corroem, na pérola que vale todos os campos: “Venha a
nós o vosso Reino”! É na esteira da busca do Reino de Deus que recebemos tudo aquilo
que necessitamos e realmente conta.
Mantendo-se
nesse horizonte iluminador e orientador, a oração cristã recolhe e apresenta ao
Pai três pedidos, três necessidades humanas prioritárias e tão importantes que não
é possível atende-las sem a ajuda dele: o alimento cotidiano na mesa de todos;
o perdão dos pecados como dinamismo para perdoar os semelhantes; a força para
não cair na tentação de buscar outros reinos, de servir a outros senhores, de
abandonar o sonho do Pai. Nada de pedidos egoístas e infantis, ou de coisas que
estão ao nosso alcance realizar.
Sugestões para a
meditação
§ Releia
atentamente o texto, procurando acompanhar Jesus em seu momento de diálogo
íntimo com o Pai
§ Releia
e procure compreender com profundidade, a atitude essencial e os pedidos
nucleares da oração ensinada por Jesus
§ Como vai sua vida de oração, qual é o conteúdo
predominante nas suas súplicas, louvores e intercessões?
§ A realização do Reino de Deus mediante a partilha
do pão, o perdão e a superação das tentações, está no centro da sua oração?
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