A compaixão de
Jesus é o sinal da sua divindade
865 | 13 de outubro
de 2025 | Lucas 11,29-32
A missão de Jesus provoca
controvérsias. Seus opositores, em nome da religião oficial, dizem que, para
curar doentes e possessos, ele faz aliança com a Diabo. Jesus se defende recorrendo
a parábolas. Em meio a isso, alguém elogia sua mãe por ter trazido ao mundo alguém
tão especial, e Jesus reage afirmando que a verdadeira honra pertence a quem
ouvem e praticam a Palavra de Deus.
Diante rejeição e do fechamento de alguns,
especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do Reino de Deus, e diante
do insistente pedido deles para que apresente suas credenciais de enviado de
Deus realizando sinais capazes de impressionar, Jesus declara: “Esta geração é
uma geração perversa”. E se recusa a transformar o Reino de Deus em espetáculo
através da realização de sinais grandiosos que provocam medo e aumentam seu
poder.
Jesus diz que o sinal do profeta Jonas
continua em vigor, e vale para seus interlocutores: um apelo forte à mudança de
atitudes e interesses, voltando-se de coração a Deus e sua vontade e servindo
ao próximo e suas necessidades. E mais ainda: Jesus se apresenta ele mesmo como
sinal, e suas ações como credenciais, de modo que aqueles que não reconhecem na
sua compaixão pelos vulneráveis o sinal da ação de Deus estão fechando os olhos
e dando as costas a Deus.
Numa postura claramente provocativa, Jesus
afirma que os piedosos judeus que o rejeitam são piores que os pagãos que eles
tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã foi capaz de reconhecer a sabedoria
de Salomão, e enquanto o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas, em
nome de uma imagem de Deus que eles mesmos criaram, estes líderes desprezam o
Filho do Homem, que é maior que Salomão e que Jonas. Jesus transforma os pagãos
em mestres dos judeus!
Precisamos também
nós aprender que Deus prefere manifestar-se de modo discreto, com sinais
pequenos, mas eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais
transitadas: na compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo num amor
incondicional e sem medidas, na comunhão com os últimos, na acolhida e no
perdão aos pecadores, na morte na cruz. Não é um milagre de Deus que desperta a
fé e provoca nossa conversão, pois a fé e a conversão sempre precedem o
milagre.
Sugestões para a meditação
§ Será que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os
gestos e iniciativas humanitárias de gente de outros grupos e religiões?
§ Poderíamos afirmar sem medo de errar que temos levado sempre
a sério a nossa conversão ao Evangelho do Reino de Deus?
§ Somos capazes de identificar na compaixão transformadora e
amorosa de Jesus o sinal mais eloquente de sua divindade?
§ Ou ainda somos tentados a pedir e esperar sinais
espetaculares de Deus para mudar as coisas que estão ruins?
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