domingo, 12 de outubro de 2025

Jonas e Jesus

A compaixão de Jesus é o sinal da sua divindade

865 | 13 de outubro de 2025 | Lucas 11,29-32

A missão de Jesus provoca controvérsias. Seus opositores, em nome da religião oficial, dizem que, para curar doentes e possessos, ele faz aliança com a Diabo. Jesus se defende recorrendo a parábolas. Em meio a isso, alguém elogia sua mãe por ter trazido ao mundo alguém tão especial, e Jesus reage afirmando que a verdadeira honra pertence a quem ouvem e praticam a Palavra de Deus.

Diante rejeição e do fechamento de alguns, especialmente dos líderes religiosos, à Boa Notícia do Reino de Deus, e diante do insistente pedido deles para que apresente suas credenciais de enviado de Deus realizando sinais capazes de impressionar, Jesus declara: “Esta geração é uma geração perversa”. E se recusa a transformar o Reino de Deus em espetáculo através da realização de sinais grandiosos que provocam medo e aumentam seu poder.

Jesus diz que o sinal do profeta Jonas continua em vigor, e vale para seus interlocutores: um apelo forte à mudança de atitudes e interesses, voltando-se de coração a Deus e sua vontade e servindo ao próximo e suas necessidades. E mais ainda: Jesus se apresenta ele mesmo como sinal, e suas ações como credenciais, de modo que aqueles que não reconhecem na sua compaixão pelos vulneráveis o sinal da ação de Deus estão fechando os olhos e dando as costas a Deus.

Numa postura claramente provocativa, Jesus afirma que os piedosos judeus que o rejeitam são piores que os pagãos que eles tanto desprezam. Enquanto uma rainha pagã foi capaz de reconhecer a sabedoria de Salomão, e enquanto o povo pagão de Nínive aceitou a pregação de Jonas, em nome de uma imagem de Deus que eles mesmos criaram, estes líderes desprezam o Filho do Homem, que é maior que Salomão e que Jonas. Jesus transforma os pagãos em mestres dos judeus!

Precisamos também nós aprender que Deus prefere manifestar-se de modo discreto, com sinais pequenos, mas eloquentes, e até na contramão das avenidas iluminadas e mais transitadas: na compaixão pelos pequenos, na doação de si mesmo num amor incondicional e sem medidas, na comunhão com os últimos, na acolhida e no perdão aos pecadores, na morte na cruz. Não é um milagre de Deus que desperta a fé e provoca nossa conversão, pois a fé e a conversão sempre precedem o milagre.

 

Sugestões para a meditação

§ Será que estamos sendo capazes de acolher e valorizar os gestos e iniciativas humanitárias de gente de outros grupos e religiões?

§ Poderíamos afirmar sem medo de errar que temos levado sempre a sério a nossa conversão ao Evangelho do Reino de Deus?

§ Somos capazes de identificar na compaixão transformadora e amorosa de Jesus o sinal mais eloquente de sua divindade?

§ Ou ainda somos tentados a pedir e esperar sinais espetaculares de Deus para mudar as coisas que estão ruins?


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