quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Conversão, agora!

Quem ouve Jesus não pode ficar indiferente

855 | 03 de outubro de 2025 | Lucas 10,13-16

No episódio do envio dos 72 discípulos, cena imediatamente anterior à que hoje nos ocupa, Jesus nos apresentava uma espécie de cartilha ou guia da ação missionária. Desde o início ele deixa claro que rejeição e a perseguição estão no horizonte. A casa é o ponto de apoio da missão, e a pobreza de recursos não é uma dificuldade, mas a garantia da autenticidade do anúncio. Na vida dos discípulos missionários não há lugar para qualquer reação violenta.

Os versículos que meditamos hoje prosseguem o tema anterior. Betsaida é a cidade de origem de alguns discípulos e discípulas de Jesus. Cafarnaum havia sido escolhida por Jesus para ser a cidade referencial de onde partia em missão e para onde voltava com seus discípulos mais próximos. Estes dois pequenos povoados tiveram a oportunidade de ver de perto a ação libertadora e formativa de Jesus. Conhecem ele e o estilo de vida dos seus discípulos não apenas por ouvir dizer.

É por isso que, mesmo não autorizando seus discípulos a fazer mais que bater o pó das sandálias quando suas pregações fossem rejeitadas, Jesus pronuncia palavras duras contra estas duas cidades. Entretanto, estas palavras não são, como parece à primeira vista, uma condenação taxativa ou uma ameaça vingativa, mas um contundente apelo à acolhida e à conversão ao Evangelho. Ele não veio para julgar e condenar, mas para que o mundo seja salvo.

Jesus compara a postura fechada destes três povoados àquilo que ocorrera em dois outros povoados, considerados inimigos típicos do povo de Israel: Tiro e Sidônia. E afirma que se estas duas últimas povoações tivessem a oportunidade de ver e ouvir o que as cidades de Cafarnaum, Corazim e Betsaida viram e ouviram, teriam se convertido e acolhido o anúncio profético do Reino de Deus. Os povos que os judeus consideram seus arqui-inimigos são melhores que eles, diz Jesus!

Este contundente apelo à acolhida e à conversão termina com uma afirmação teológica, pastoral e espiritual: Jesus está presente na pessoa e na ação daqueles que ele envia, assim como o Pai está presente nele. Acolhê-los ou rejeitá-los, escutar e levar a sério o que eles dizem ou manter-se indiferente ou com “sua própria versão das coisas” é a “prova dos nove” da justiça e da santidade.

 

Sugestões para a meditação

§ Releia atentamente o texto, retomando também os versículos que o antecedem e escutando atentamente as fortes palavras de Jesus

§ Não caia na tentação de imaginar que as advertências de Jesus são dirigidas a outras pessoas, cidades e comunidades

§ Você sente-se atingido pelas palavras de Jesus, interpelado a não fazer pouco caso do Evangelho e das suas testemunhas?

§ Você vê algum sinal indicativo de que estamos correndo o risco de reproduzir na Igreja a atitude do povo de Cafarnaum e Corazim?

Nenhum comentário: