segunda-feira, 4 de maio de 2015

A parabola das dez virgens

Uma releitura da parábola das dez virgens
Assim foi sucedido o caso: Dez virgens saíram para encontrar-se com o noivo. Cinco virgens, demasiadamente prudentes, levaram consigo um pouco mais de azeite. As outras cinco ficaram entretidas com os jardins que formavam uma bela paisagem pelo caminho e findaram não levando uma reserva de azeite.
Elas não imaginavam que o noivo iria atrasar. Esperavam tudo, menos uma tamanha falta de educação como esta quem já se viu, deixar uma dama esperando noite adentro? Um absurdo!...
Ao chegarem perto da porta de entrada, perceberam que a porta estava fechada. Então decidiram descansar um pouco, pois a caminhada havia sido longa...
Exatamente à meia noite, o atrasado noivo chega apressado, impaciente. Imediatamente as cinco virgens do azeite se puseram de pé, correram ao encontro do noivo com suas lâmpadas acesas, com um odor forte de óleo queimado impregnado em suas vestes...
Mirando suas lâmpadas, as outras cinco perceberam que não havia azeite suficiente e caíram no desespero. Não havia mais tempo... O que fazer? Implorar?
Sim, essa parecia à solução mais acertada. Prontamente as cinco virgens cujas lâmpadas estavam apagadas correram ao encontro da imensa porta e começaram a bater exaustivamente.
Com um ar de arrogância, o noivo disse não conhecer aquelas cinco loucas que estavam rompendo a noite com os seus gritos. Até que uma das virgens teve uma ideia audaciosa:
“Vamos arrombar a porta! Viemos de tão longe, percorremos um caminho cansativo e não vamos poder entrar por causa de uma lâmpada? Não podemos aceitar tamanha humilhação!”
Animadas por este profundo ímpeto de rebeldia, as cinco virgens se reuniram em frente à imensa porta e, com um pedaço de um tronco nas mãos, puseram a porta abaixo.
Isso mesmo! A entrada foi forçada, e isso lhes pareceu muito mais digno!
Ao chegarem diante do noivo, elas logo perceberam a cara assustada dele. Então uma das virgens falou:
“Querido noivo! Não temos lâmpada, pois estávamos tão encantadas com a beleza do caminho que resolvemos colher algumas flores para enfeitar o teu palácio. Não temos lâmpada, mas temos flores...”
As outras cinco virgens indignadas, diziam entre si:
“Mas, que absurdo!... Trouxemos o que nos pediram, estamos aqui, temos a precedência!...”
Diante da beleza das flores e da convicção das cinco virgens “imprudentes”, o rei sucumbiu. E sua fala foi ouvida como decreto:
“Eu esperava lâmpadas acesas, esperava encontrar vocês despertas, mas hoje aprendi que a vida nem sempre nos apresenta o que esperamos... As flores me parecem muitoi encantadoras... Vocês não trouxeram o que eu pedi, mas trouxeram o que tinham, e isso me parece bastante profundo e corajoso. Somente quem é corajoso é também honesto e apresenta o que tem!”
Paulo Henrique (noviço MSF)

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