sexta-feira, 12 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (13.06.2020)


Dia 13 de junho | Sábado | 10ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (5,33-37)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, repetindo várias vezes: Senhor, eu não sou digno que entres em minha casa, mas diz uma Palavra e isso me basta!
·      Ou ouça e cante o mantra: Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra: inunda meu ser, permanece em nós! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=WvGW83JfnyM)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 5,33-37
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Estamos na primeira etapa da formação dos discípulos/as de Jesus na perspectiva do Reino de Deus
·      Como estamos vendo, Jesus inaugura uma postura inovadora em relação às leis e costumes do judaísmo, e ensina isso aos seus discípulos/as
·      Hoje, no dia em que fazemos memória de Santo Antônio, ele nos instrui sobre a integridade e a coerência entre o falar e o agir
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Acolha e deixe ressoar em você este quarto exemplo de Jesus sobre como cumprir plenamente o que a Lei diz
·      Será que nossa comunicação em geral, mas também aquela que exercitamos no interior da família e na comunidade eclesial não vem sendo esvaziada por falta de autenticidade?
·      Como e em que o ensino de Jesus que estamos meditando nos ajuda a melhorar nossa comunicação interpessoal e eclesial?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Acolha serenamente a mensagem que o texto transmite a você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Como Deus iniciou o diálogo, e agora é sua vez de falar
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Peça que Jesus lhe ensine a ser autêntico/a, verdadeiro/a e transparente, sem disfarçar e sem bajular
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Que passos nossas Igrejas, especialmente as comunidades, precisam dar para favorecer uma comunicação clara, direta e verdadeira, sem a necessidade de recorrer a promessas e barganhas?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o mantra: Louvarei a Deus, seu nome bendizendo! Louvarei a Deus, à vida nos conduz! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=-aYxTsYWn5Q)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

“Ó Senhor, sois minha herança e minha taça; meu destino está seguro em vossas mãos! Eu bendigo o Senhor que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho ao meu lado, não vacilo” (Salmo 15/16).

SUBSÍDIO
O Evangelho nos ensina que a comunidade cristã deve ler e interpretar a Bíblia relacionando-a com o que Jesus fez e disse. Ele é a chave de leitura da Bíblia! Hoje, na festa de Santo Antônio, vamos meditar sobre mais um exemplo da releitura crítica e libertadora que Jesus faz das escrituras: transparência e verdade naquilo que comunicamos. A propósito, Santo Antônio diz: “A palavra é viva quando são nossas ações quem falam.”
Sentimos com muita força o esvaziamento da palavra e das relações, e não apenas por causa da doença social das fake news. Ficamos sem saber o que fazer para assegurar crédito àquilo que dizemos, e percebemos que promessas, juramentos, documentos assinados e registrados acabam ajudando pouco. Até na Igreja, às vezes as palavras são evasivas, não dizem tudo, disfarçam e desviam. E então a simples repetição de dogmas e fórmulas não resolve.
Jesus critica o costume judaico de jurar para reforçar a palavra. Ele diz que por trás do mandamento de cumprir o juramento feito está o valor da autenticidade. Por isso, não precisamos de juramentos ou documentos formais quando nosso sim é sim e nosso não é não, quando somos íntegros na comunicação e nas relações. Geralmente recorremos a um juramento quando o que dizemos não tem crédito, quando afirmamos algo que não somos ou que dificilmente faremos.
Para Jesus, a pretensão de reforçar a palavra vazia e a promessa mentirosa com juramentos é coisa do diabo, é obra daquele que divide. Jurar por Deus para esconder falsidade ou debilidade da vontade é uma forma de tentar, forçar ou manipular Deus. É usar o nome de Deus em vão, mais ainda, usar Deus para enganar e fazer o mal. Jesus nos ensina que dos/as discípulos/as do Reino de Deus se espera atitudes de confiança, coerência e integridade. E isso não cai do céu, mas brota de uma boa educação ética.
(Itacir Brassiani msf)

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