domingo, 21 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (22.06.2020)


Dia 22 de junho | Segunda-feira| 12ª Semana do Tempo Comum
Evangelho segundo Mateus (7,1-5)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Senhor Jesus, tu és a luz do mundo! Senhor Jesus, és luz da minha alma! Saiba eu acolher o teu amor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=XwvphXOxS4A&list=PLoom52qiw20h-kXq5B5LEn_-1waWRLUZb&index=6)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 7,1-5
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Jesus forma seus discípulos/as na correção fraterna
·      Ele sabe, e nós precisamos ter bem presente, que somos uma comunidade de pecadores/as
·      Por isso, a correção fraterna é necessária, mas há uma pedagogia e uma medida: ninguém pode se colocar no lugar de Deus, a quem cabe o julgamento
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe ressoar em você cada palavra e cada frase dessa lição sobre a correção fraterna na comunidade familiar e cristã
·      Detenha-se na imagem do cisco e da medida (balança ou trena)
·      Também você tende às vezes a ceder a um julgamento implacável, a uma crítica sem autocrítica?
·      Como e quando seu olhar sobre os irmãos e irmãs é turvo, e quando é puro e transparente?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      A serenidade, como a água tranquila de um lago, permite que o outro se reflita como é, sem parcialidades e perturbações: seu coração e seus juízos são serenos?
·      Peça a Jesus um olhar limpo e sereno sobre os outros, e delicadamente autocrítico sobre si mesmo/a
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Haveria algo a mudar ou a melhorar nas críticas e avaliações que as autoridades da Igreja fazem sobre a sociedade? Não seria interessante perceber os ciscos presente no próprio olhar?
·      O que fazer para cultivar um olhar e um coração puro?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante: Confiemo-nos ao Senhor, ele é justo e tão bondoso! Confiemo-nos ao Senhor, Aleluia! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=fTL5e3RZDr4)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

“Somos um pouco aquilo que vemos e como vemos. O outro tende a se tornar como eu o vejo, e eu, como vejo o outro.” (Fausti)

SUBSÍDIO

Continuamos na primeira etapa de formação que Jesus oferece a seus discípulos/as missionários. Jesus é realista, e sabe que formamos comunidades de homens e mulheres imperfeitos, que estão a caminho, e tem muito caminho pela frente. Quando ele nos pede que sejamos perfeitos como o Pai é perfeito, na verdade está pedindo empenho no próprio crescimento, e não perfeição. E hoje ele ilustra o que significa ter coração puro.

Como seguidores de Jesus, como gente que o escolheu como mestre da vida, precisamos discernir e assumir relações e práticas coerentes com a novidade do Reino de Deus, tanto no âmbito social como no interior da comunidade. Partindo da convicção de que todos/as somos pecadores/as e limitados/as, precisamos conjugar a necessária correção das faltas dos irmãos e irmãos com uma serena capacidade de autocrítica. A crítica sem autocrítica, sem olhar e coração puro pode virar hipocrisia.

Jesus não diz que devemos nos omitir diante das faltas e limites da vida comunitária, mas pede que nosso olhar seja puro e correto: precisamos limpar nosso olhar e purificar nossos juízos. E não podemos cair na tentação de ocupar o lugar de Deus, a quem compete o julgamento final. Privar os outros de misericórdia é impedir a misericórdia consigo mesmo. A balança e a trena com que medimos os outros serão aplicadas sobre nós mesmos.

Com o exemplo do cisco no olho do irmão e da trave no nosso próprio olhar, Jesus sublinha que julgar e condenar os outros sem autocrítica é ridículo e hipócrita, é inaceitável para um/a discípulo/a missionário/a. Na revisão de vida, o “eu” vem antes que o “eles”. Caso contrário, deixaremos de ser comunidades alternativas, capazes de fecundar a história com a novidade do Reino de Deus. E isso sem eliminar a crítica profética!

 (Itacir Brassiani msf)

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