sábado, 27 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (28.06.2020)


Dia 28 de junho | Domingo | São Pedro e São Paulo
Evangelho segundo Mateus (16,13-19)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Aquele que vos chamou, aquele que vos chamou é fiel! Fiel é aquele que nos chamou! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=hGBOOoqb3YA)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Mateus 16,13-19
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      Celebramos solenemente os apóstolos Pedro e Paulo, e o texto sublinha a fé sobre a qual ambos, cada um a seu modo, construíram sua vida e viveram sua missão
·      A resposta de Pedro, na qual ressoa a resposta dos/as discípulos/as de todos os tempos, não é uma formula, mas uma atitude de vida
·      Pedro não está diante de uma figura claramente divina, mas de um profeta e reformador de carne e osso que inquieta, enfrenta a dominação nas suas diversas expressões e manifesta uma irrestrita compaixão por todas as vítimas
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Procure deixar em segundo plano as respostas e doutrinas aprendidas e responda à pergunta de Jesus, descrevendo o lugar que ele ocupa na sua vida, e como ele influi nas suas relações, ações e opções, grandes ou pequenas
·      Recorde as consequências e incidências que esta resposta de Pedro tem na vida dele, de Paulo e dos/as discípulos/as missionários/as que vieram depois deles
·      Deixe ressoar em você a palavra elogiosa de Jesus: “Feliz és tu, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu!”
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Apresente a Jesus as necessidades das pessoas que lhe são próximas, seus sofrimentos e dores, mas também das pessoas que estão distantes e normalmente esquecidas
·      Reze com as palavras de Paulo: “Eu te louvo e agradeço porque sempre estiveste ao meu lado e me deste forças e sabedoria para que que tua mensagem fosse vivida e anunciada integralmente”
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      O que podemos fazer para que nossa fé em Jesus não seja reduzida a fórmulas decoradas e repetidas automaticamente?
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante o refrão: Jesus, tu és a luz dos olhos meus! Jesus, brilhe esta luz nos passos meus seguindo os teus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=qpCS0gucq6c)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

“Quem dizem vocês que eu sou?” Para os primeiros cristãos era muito importante lembrar sempre de novo essa pergunta de Jesus para não esquecer quem eles estavam seguindo, com o projeto de quem estavam colaborando e por quem estavam arriscando a vida.

Hoje somos tentados a responder a essa pergunta com fórmulas cunhadas pelo cristianismo ao longo dos séculos: Jesus é o Filho de Deus feito homem, o Salvador do mundo, o Redentor da humanidade... Não basta dizer estas palavras para ser discípulo/a de Jesus, pois são fórmulas aprendidas na infância, aceitas mecanicamente, repetidas com superficialidade e afirmadas verbalmente, do que experiências vividas e refletidas.

Confessamos a Cristo por costume, por piedade ou por disciplina, mas muitas vezes vivemos sem captar a originalidade de sua vida, sem escutar a novidade de seu apelo, sem deixar-nos atrair por seu amor apaixonado, sem contagiar-nos por sua liberdade e sem esforçar-nos em seguir seu caminho. Nós o adoramos como “Deus”, mas Ele não é o centro de nossa vida. Nós o confessamos como “Senhor’, mas vivemos de costas para seu projeto. Nós o chamamos de “Mestre”, mas não assimilamos sua lição maior. Vivemos como membros de uma religião, mas não somos discípulos de Jesus.

A clareza das fórmulas doutrinais pode dar-nos segurança e dispensar-nos de um encontro vivo com Jesus. Há cristãos que vivem uma religiosidade instintiva, mas não sabem o que é alimentar-se de Jesus e deixar-se orientar por ele. Todos precisamos colocar-nos diante de Jesus, deixar-nos olhar por Ele e escutar a pergunta: “Quem sou eu realmente para você?” Respondemos a esta pergunta muito mais com a vida do que com palavras claras, sublimes e difíceis, que mais impressionam que comunicam.
(José Antônio Pagola)

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