sexta-feira, 19 de junho de 2020

Leitura Orante do Evangelho (20.06.2020)


Dia 20 de junho | Sábado | Imaculado Coração de Maria
Evangelho segundo Lucas (2,41-51)

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício que visa iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade, inclusive através das redes sociais. Basta combinar a mídia, a forma e o horário.

Em tempos de restrições à convivência e movimentação social, imposição que vem se prolongando mais do que esperávamos e gostaríamos, mas que é necessária, por respeito e cuidado com nosso irmãos e irmãs, a leitura orante é um modo de não reduzir nossa fé à simples assistência de celebrações virtuais e de impedir que seja um tempo estéril.

Os textos propostos e desenvolvidos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Mas os grupos organizados podem também escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, se evite ficar apenas com os textos que agradam mais e se proponha um roteiro.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis – pela pandemia e pela crise generalizada que vivemos em nosso país – produza bons frutos.

(Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

(1)   Coloque-se em atitude de oração
·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração
·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem
·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se
·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos
·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos
·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus
·      Reze, ouvindo e repetindo o mantra: Ave Maria! Ave Maria! Ave!  Ave! Ave Maria! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=DxLW6ISHXGQ)

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus
·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 2,41-51
·      Leia o texto em voz alta (se possível)
·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)
·      A Igreja nos oferece este texto para iluminar a celebração do Imaculado Coração de Maria
·      Embora o núcleo do texto seja a auto apresentação de Jesus como filho do Pai, procuremos ler e meditar com os olhos fixos em Maria (que, por sinal, nunca está sozinha!)
·      Feche a bíblia e responda: O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

(3)   Medite a Palavra de Deus
·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena
·      Deixe-se envolver na cena, na peregrinação comunitária desde a Galileia até Jerusalém, no encontro de Jesus com os doutores da lei, na busca ansiosa de José e Maria, no reencontro e no diálogo surpreendente
·      O que esta cena nos diz sobre Maria? Será que ela, na sua dificuldade de compreender a palavra e a escolha de Jesus, não é retrato de todo/a discípulo/a de Jesus?
·      Será que, acolhendo e interrogando os fatos no coração, não nos convida a uma fé lúcida, reflexiva e amadurecida?
·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?
·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

(4)   Reze com o texto lido e meditado
·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus
·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar
·      Assuma a atitude cuidadosa e terna de Maria, que não se deixa imobilizar pela perda nem abalar pelo inesperado
·      Aprenda com Maria a entender e respeitar a autonomia das pessoas, e compreender o mistério de um Deus que se mistura nas coisas da vida
·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus
·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta
·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas
·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra
·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus
·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala
·      Maria não aparece nem age sozinha, mas sempre em companhia de José e focalizada em Jesus: evitemos separar aquilo que Deus uniu!
·      Mais que intercessora e mãe, aqui Maria nos revela um maduro coração de discípula, atenta aos sinais e palavras de Deus
·      Em que medida nós nos ocupamos, como Jesus, Maria e José, mais com “as coisas” do Pai (o Reino de Deus) que com nossos afetos e interesses?
·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação
·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?
·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

(6)   Retorne à vida cotidiana
·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido
·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.
·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e ajudai-nos!
·      Ouça e cante: Imaculada, Maria de Deus, coração pobre acolhendo Jesus! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=BOfQqJwew7I)
·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

SUBSÍDIO

Ontem celebrávamos o Sagrado Coração de Jesus. Hoje, nos é proposta a memória do Imaculado Coração de Maria. Precisamos evitar o risco de imaginar Jesus como um ser errante e solitário, que não conheceu a beleza exigente da vida em família, assim como de pintar Maria como uma espécie de divindade etérea, isolada do mistério do Reino de Deus vivido, revelado e proposto por Jesus.

O texto que estamos meditando não tem nada de fábula infantil ou de anedota. Tem tudo a ver com o núcleo que dinamizou a vida de Jesus: o empenho em fazer a vontade do Pai (que é reunir todas as pessoas na única família do Pai), inclusive mediante a superação dos vínculos da família patriarcal e, principalmente, através da cruz.

Na cena de hoje, a nossa atenção não pode se desviar do seu núcleo, que é a palavra de Jesus a seus pais (a primeira palavra que Jesus pronuncia no evangelho de Lucas!): “Não sabeis que devo estar na casa (ou me ocupar das coisas) de meu Pai?” Trata-se da sua própria identidade e missão de Filho de Deus. E essa “estadia” na casa do Pai supõe a “saída” da família e do judaísmo mediante a entrega generosa e sem reservas na cruz.

Mas a memória do Imaculado Coração de Maria nos pede também atenção às atitudes de Maria. Ela peregrina com seu povo e cultiva suas tradições religiosas. A angústia por perder o filho de vista, e o susto por encontrá-lo entre os mestres da lei, nos remete à dificuldade de assimilar o sentido da sua paixão e morte.

Maria não se resigna à dificuldade inicial para entender o caminho e as palavras de Jesus. Conservando e interpretando os fatos e as palavras, inclusive a paixão e morte do filho, ela se mostra discípula exemplar, peregrina despojada, mulher de fé despojada e reflexiva.
 (Itacir Brassiani msf)

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