sexta-feira, 18 de junho de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 423

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 423

Dia 19/06/2021 | 11ª Semana Comum | Sábado

Evangelho segundo Mateus (6,24-34)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração  

·          Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·          Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido/a

·          Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·          Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·          Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·          Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·          Prepare-se cantando o mantra: Aleluia, Cristo nos liberta...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=szPkZyR1ybw)

 

(2)  Leia o texto da Palavra de Deus

·        Leia com toda a atenção o texto de Marcos 6,24-34

·        Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·        Este texto está situado no conjunto de exemplos de releitura e radicalização da Lei e dos costumes que Jesus dá aos discípulos/as

·        Do/a discípulo/a se espera uma justiça maior que aquela da ideologia nacionalista e moralista praticada pelos fariseus e doutores da lei

·        No texto de hoje, Jesus adverte seus discípulos/as e ouvintes em relação à preocupação de acumular e assegurar tudo unicamente para si mesmo

·        Quem assim vive, inverte as relações justas: a riqueza deixa de estar a serviço do bem comum, e as pessoas se tornam escravas delas

·        O/a discípulo crê e confia num Deus que é Pai, e não um senhor, e tem um único tesouro serve a um só senhor: o reino de Deus e a sua justiça

·        O que a Palavra de Deus diz em si mesma?

 

(3)  Medite a Palavra de Deus

·        Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·        Deixe ressoar em você este ensino inovador de Jesus, que ele viveu em primeira pessoa: confiar no Pai como uma criança, buscar o Reino de Deus e a justiça para todos/as, deixando o resto nas mãos do Pai

·        Preste atenção às metáforas que Jesus busca na vida cotidiana: a relação entre patrão e empregado; a beleza das flores; a liberdade e a confiança dos pássaros; as preocupações que nunca acabam...

·        Que sentido fazem estas palavras de Jesus num mundo que reduz os sonhos de muita gente à simples sobrevivência biológica?

·        Se puder, e achar conveniente, leia as “pistas” sobre o texto, a seguir

 

(4)  Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·     Acolha a lição que Jesus extrai dessas experiências cotidianas da nossa vida, e renove a sede que expressamos repetidamente na oração: “Venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade na terra como no céu”

 

(5)   Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como evitar que este ensino de Jesus seja jogado como pedras ou ressoe como bofetadas no rosto das pessoas que não dispõem do mínimo?

 

(6)  Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Medite e reze com a canção “Buscai primeiro o Reino de deus e a sua justiça” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=EJHyhy3wBOA)

·     Apague a vela e termina seu momento de oração

Pistas sobre Mateus 6,24-34

A parte do evangelho de Mateus que conhecemos como “sermão da montanha” é um momento de formação dos/as discípulos/as na novidade do Reino de Deus. Depois de dar exemplos de uma nova interpretação da antiga lei, e depois de criticar as práticas de piedade (esmola, oração e jejum), Jesus adverte seus discípulos/as em relação ao acúmulo de bens.

Para falar deste tema sempre espinhoso, Jesus recorre à relação entre senhor e escravo, marcante no império escravocrata de Roma: o escravo faz parte da propriedade do senhor; quando não serve mais, não se dedica exclusivamente ou despreza seu senhor, é simplesmente descartado. A riqueza se converte num chefe tirano: não está a serviço da pessoa, mas se apropria da vida da pessoa e não admite concorrente.

Para Jesus, o problema não é a simples necessidade de comer, de vestir, de ter uma moradia: estas não são preocupações, mas necessidades profundamente humanas. O problema é o materialismo, a busca desenfreada e imperiosa de ter sempre mais, gerada pela mentalidade materialista, que nunca consegue saciar os desejos, e nos leva de preocupação a preocupação, numa ansiedade destruidora.

O problema é exatamente esta “necessidade” de ter sempre mais, de dominar as condições da existência, e de conseguir isso unicamente para si, competindo impiedosamente com tudo e com todos. Este desejo de açambarcar tudo e todos, com a maior rapidez possível, se torna um senhor implacável e nos transforma em escravos, invertendo danosamente a relação entre as pessoas e as coisas.

Para Jesus, esta preocupação de satisfazer nossas necessidades via acúmulo e competição demonstra uma fé pequena, é coisa de pagão, de gente sem fé. E é um caminho sem fim, porque cada dia impõe uma nova preocupação, cada meta atingida pede mais e mais. Para o/a discípulo/a, o reino de Deus – a fraternidade, a justiça, a misericórdia – é a única preocupação legítima, e deve ser pedida na oração, buscada na vida, testemunhada na sociedade.

  (Itacir Brassiani)

Ensinamento do Papa Francisco

O desenvolvimento não deve orientar-se para a acumulação sempre maior de poucos, mas há de assegurar os direitos humanos, pessoais e sociais, econômicos e políticos, incluindo os direitos das nações e dos povos. O direito de alguns à liberdade de empresa ou de mercado não pode estar acima dos direitos dos povos e da dignidade dos pobres; nem acima do respeito pelo ambiente, pois quem possui uma parte é apenas para a administrar em benefício de todos". (Fratelli Tutti, § 122)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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