quinta-feira, 3 de junho de 2021

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 408

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 408

Dia 04/06/2021 | 9ª Semana Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Marcos (12,35-37)

(1)     Coloque-se em atitude de oração  

·        Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·        Escolha o lugar no qual você se sinta bem e não seja interrompido

·        Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·        Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·        Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·        Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·        Prepare-se cantando o mantra: Quando a Bíblia e a Vida se encontram...” (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=oIV6JMcliXU)

 

(2)   Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Marcos 12,35-37

·      Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·      Este texto está situado ambiente da crescente tensão entre Jesus e as autoridades do judaísmo, no templo e ao redor dele

·      A cena que estamos meditando ocorre no templo, diante dos doutores da lei ou escribas, formadores do pensamento popular

·      Aqui Jesus enfrenta explicitamente, e nega, o messianismo inspirado na monarquia de Davi, marcado pelo triunfalismo e pelo nacionalismo

·      Eles viviam uma religião triunfalista e nacionalista, ao estilo do “Deus acima de todos, o Brasil acima de tudo”

·      O que a Palavra de Deus diz em si mesma?

 

(3)   Medite a Palavra de Deus

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Situe-se no interior da cena, no templo, diante de Jesus e dos escribas que pregavam um messianismo com caraterísticas de rei

·      Perceba a novidade corajosa de Jesus: ele encarna um messianismo despojado, compassivo e solidário

·      Será que a cultura republicana e democrática já conseguiu eliminar da nossa imaginação a visão de um Jesus coroado como um rei?

·      Em que medida alguns templos recentemente construídos e algumas alfaias litúrgicas ainda se inspiram na “majestade” dos reis?

·      Como, com que traços, apresentamos Jesus ao mundo de hoje?

 

(4)   Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·    Expresse seu amor agradecido a Jesus, o Servo que se faz um de nós, assume nossas fraquezas se entrega por nós como expressão do seu amor

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Aprendamos de Jesus: no seu caminho não há lugar para escapismos, triunfalismos e espiritualismos

·    O que precisamos mudar na imagem de Jesus veiculadas por nossos cânticos, nossa catequese, nossas imagens, nossa pregação?

 

(6)   Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos, iluminai-nos e congregai-nos!

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Medite e reze com o cântico de Maria: “Peregrino nas estradas de um mundo desigual” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=jzzbQWQs61M)

·    Apague a vela e termina seu momento de oração

Pistas sobre Marcos 12,35-37

Jesus continua no espaço do templo, centro ideológico, político e religioso do judaísmo. O texto de ontem terminava demonstrando que Jesus havia vencido todos os opositores: expulsou os comerciantes, não caiu nas ciladas dos fariseus e saduceus, questionou a legitimidade dos chefes, assumiu seu papel de mestre, enfim: amarrou os homens fortes e reconquistou sua casa.

Hoje, Jesus investe de novo contra os escribas ou mestres da lei, enfrentando sem “panos quentes” a ideologia messiânica triunfalista e nacionalista que eles veiculavam e alcançara grande aceitação popular. “Como é que os mestres da lei dizem que o Messias é filho de Davi? Como é que ele pode ser seu filho?” É o confronto claro e direto entre o projeto do Reino de Deus e o ensinamento dos mestres da lei, entre o mundo solidário e inclusivo proposto por Jesus e a esperança da restauração da dinastia de Davi.

Está bem claro que aqui Jesus não está interessado em discutir sua genealogia (se é, e como é descendente de Davi) mas a ideologia dos mestres da lei. Quem propaga o messianismo real acaba legitimando o templo e suas práticas de extorsão e discriminação, assim como o Estado teocrático que nele tem sua validação. Definitivamente, Jesus toma distância dessa ideologia e nega seus vínculos com o messianismo identificado com a monarquia. O Messias não deve nada, é anterior e superior a Davi e sua dinastia.

Talvez isso nos traga um certo desconforto, pois estamos acostumados a afirmar (nos hinos, na catequese, nas pregações) que Jesus é filho e descendente de Davi. Que isso não seja problema! O que precisamos é voltar ás origens de Davi, o filho discriminado pelo pai e pelos irmãos, organizador e líder de um grupo de marginalizados, tratado como bandido perigoso pelo rei Saul. Mas é importante evitar todo e qualquer sinal de adesão a ideologias políticas e religiosas eivadas de autoritarismo, nacionalismo, totalitarismo e exclusivismo. É isso que o texto ensina.

 (Itacir Brassiani msf)

Ensinamento do Papa Francisco

A verdade é uma companheira inseparável da justiça e da misericórdia. A verdade não deve levar à vingança, mas antes à reconciliação e ao perdão. A verdade é contar às famílias dilaceradas pela dor o que aconteceu aos seus parentes desaparecidos, é confessar o que aconteceu aos menores recrutados pelos agentes de violência, é reconhecer o sofrimento das mulheres vítimas de violência e de abusos. Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade. Cada morte violenta “diminui-nos” como pessoas". (Fratelli Tutti, § 227)

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

 Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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