quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 842

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 842

Dia 12/08/2022 | XIX Semana do Tempo Comum | Sexta-feira

Evangelho segundo Mateus (19,3-12)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se ouvindo e rezando: Cada vez que eu venho para te falar (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Sc5eyp-raOM)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 19,3-12

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    A pequena e frágil comunidade de discípulos/as de Jesus carrega o tesouro do Reino de Deus em vasos de barro

·    Hoje, Jesus nos desafia a introduzir esse tesouro precioso e transformador nas relações conjugais e familiares

·    No Evangelho, as relações conjugais e familiares devem ser pautadas pela igualdade, pela reciprocidade e pela solidariedade

·    Como seguidores/as de Jesus, assumimos a condição das crianças e dos eunucos, de quem é tratado como menor e insignificante

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Como você vive a vocação de ser uma só carne (comunhão, reciprocidade e solidariedade) na vida conjugal?

·    Em que medida vocês conseguem superar as relações ditadas pelo patriarcalismo e pelo individualismo?

·    Você tem conseguido superar uma compreensão machista e excludente da Palavra de Deus?

·    Como são tratadas as mulheres, as crianças e as pessoas homo afetivas na sua família e na sua Igreja?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Louve e agradeça a Deus pela bela e provocativa lição de Jesus no evangelho de hoje

·    Apresente a ele as dificuldades que você precisa superar para viver a novidade revolucionária do Reino de Deus na sua família

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e reze com a canção: Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo? Quem nos separará? (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=AOy0kWK67Nw)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Feche a bíblia, apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 19,3-12

Há alguns dias estamos lendo e meditando as orientações de Jesus para a encarnação da novidade do Reino de Deus nas relações comunitárias e sociais. Hoje, a atenção se volta para as relações no interior da família, especialmente para as relações conjugais. A reflexão é oportunizada por mais uma pergunta provocadora vinda da boca dos fariseus, que se posicionam como adversários de Jesus.

O ensino de Jesus é, antes de tudo, uma contundente defesa da dignidade das mulheres, no contexto de uma cultura patriarcal, na qual o marido tem direito de vida e de morte sobre a mulher. A família nascida da cruz de Jesus e reconfigurada pelo Reino de Deus rejeita de forma inequívoca as relações patriarcais, que eram aceitas como normais e normativas no mundo cultural romano e judaico.

Para Jesus, o matrimônio deve ser entendido em outra perspectiva, sem o domínio da figura masculina. Os fariseus tinham dificuldades de entender e aceitar isso. Para eles, a mulher fazia parte das propriedades do homem e a ele deveria ser submissa. Mas, para Jesus, as relações matrimoniais devem ser pautadas pela igualdade, pela reciprocidade, pela solidariedade e pela unidade. Este é o querer de Deus sobre o casal. Esta é a família tradicionalmente cristã!

No enfrentamento com Jesus e no ensino ao povo, os fariseus e doutores da lei fazem uma leitura distorcida da Lei, e dizem que é ordem para todos aquilo que Moisés permitiu apenas como exceção. Mesmo fazendo essa concessão à dureza dos homens, Moisés pediu garantias à mulher divorciada, limitando o “direito ao despejo”. Jesus, por sua vez, propõe uma releitura da vida conjugal a partir da vontade original de Deus, sublinhando que homem e mulher se tornam uma unidade profunda, e nada deve desfazê-la.

Isso escandaliza os discípulos, contaminados também eles pela ideologia patriarcal. Jesus não se incomoda, e radicaliza ainda mais: além de tomarem como modelo as crianças, seus discípulos/as podem também se espelhar nos eunucos, outro grupo de pessoas desprezadas e marginalizadas pela excludente cultura patriarcal.

 (Itacir Brassiani msf)

O valor da formação litúrgica

Uma forma de cuidar e crescer na compreensão vital dos símbolos da Liturgia é certamente a arte de celebrar. A ‘ars celebrandi’ não pode ser reduzida a apenas um mecanismo rubrical, muito menos deve ser pensada como uma criatividade sem regras. O rito é em si uma norma, e a norma nunca é um fim em si mesma, mas está sempre a serviço de uma realidade superior que pretende proteger(Papa Francisco, Carta apostólica Desiderio desideravi, § 48).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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