sábado, 20 de agosto de 2022

Solenidade da Assunção de Maria e dia da Vida Religiosa Consagrada

Como Maria, acolhamos a Palavra do Senhor, no cuidado aos que mais necessitam.

Celebramos hoje a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora e, associada a ela a Igreja no Brasil também celebra a Vida Religiosa Consagrada.

Lucas narra para nós hoje o encontro/ a visitação de Maria a Isabel. Não é qualquer encontro, é o encontro de duas mães, dois meninos e também do Antigo com o Novo Testamento; e ainda mais, temos aqui o encontro entre o divino com o humano. Vamos olhar com carinho as ações desse encontro, que tem a ver, ou seja, há um paralelo entre a vida de Jesus e também a nossa, pois, nos ensina muito de como podemos acolher a Palavra de Deus.

Maria realiza uma visita na perspectiva do cuidado para com a sua prima Isabel. Nessa mesma perspectiva é a presença de Jesus na humanidade, Ele tem um olhar de cuidado para conosco. Outro ponto, é Maria que toma a iniciativa, como também é sempre Deus a tomar a iniciativa com a humanidade. Somos nós provocados já no início do Evangelho assim como Maria a tomarmos a iniciativa para com o cuidado a aqueles que sabemos que mesmo dentro de nossas limitações podemos contribuir em suas vidas, em fazer o bem.

Com a saudação de Maria, Isabel se enche do Espirito Santo, lembramos do que acontece em Pentecostes e com todos aqueles que são beneficiados por Deus, nos enchemos do Espirito Santo. Cheia do Espirito de Deus, Isabel reconhece a presença de Deus e bendiz a Maria e ao menino Jesus, também nós hoje reconheçamos nos gestos de cuidado a presença de Deus e em pulos de alegria proclamamos que Ele é o Senhor. O cuidado é uma característica forte de Deus, e que tem haver também com a nossa caminhada progressiva rumo ao Seu Reino, e assim, nós Religiosos e Religiosas somos vocacionados e vocacionadas ao cuidado através dos conselhos evangélicos (sinal da Civilização do Amor) manifestados em nosso apostolado e assumindo fielmente o carisma de nossas congregações. Somos chamados a experiência do cuidado e nessa relação a bendizermos a Deus.

Isabel anuncia Maria como feliz/ bem-aventurada por acreditar e acolher em seu interior o Verbo/ a Palavra de Deus, que vem cumprir a sua promessa de salvação. Nos perguntemos: Nós Religiosos e Religiosas temos acolhido essa Palavra para que a salvação aconteça, para quem sabe sermos bem-aventurados?

O encontro gera em Maria, a mãe de Nosso Senhor, o Magnificat. Inspirado do Cântico de Ana (1Sm 2), apresenta belamente um resumo do Antigo Testamento e da história da salvação, faz memória das maravilhas que Deus fez dentro da história da humanidade; com amor e misericórdia, em favor dos pobres e marginalizados/humilhados, memoria essa que é sinal de esperança, Ele fez e continuará realizando ações salvíficas em favor da humanidade.

Maria cuida de Isabel por 3 meses e depois volta para casa. Jesus prega por 3 anos e depois volta para a Casa do Pai. Nós anunciamos o Senhor e depois o Senhor nos acolherá no seu braço forte. Podemos, aqui, ter um olhar escatológico desse trecho do evangelho. E, nesse viés escatológico podemos refletir a Solenidade da Assunção de Maria, que está ligada a Ressurreição de Cristo. Maria é o símbolo da humanidade agraciada, ela é assumida por Deus, escreve Paulo: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram… como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão”, Maria é a agraciada, a rainha vestida de sol e esplendente de ouro de Ofir, que pelo Senhor foi assunta/levantada e assumida inteiramente pelo Pai, experiência essa que nos abre a possibilidade do nosso acesso para também participar da Gloria de Deus. E, Maria como modelo de discípula (que escuta e acolhe a Palavra) e missionária (que anuncia e pratica a Palavra) provoca em nós o compromisso de escutar e viver a Palavra de Deus, para que não haja o domínio do Dragão, símbolo de tudo que fere a humanidade em sua dignidade.

Maria, mãe do meu Senhor, alimenta em nós a esperança da salvação pois, Deus age em nossa história e sempre cumpre a sua promessa. E por isso, irmãos e irmãs: “como Maria, acolhamos a Palavra do Senhor, no cuidado aos que mais necessitam”.

Fr. Wesley Araujo dos Santos, MSF

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