sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 843

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 843

Dia 13/08/2022 | XIX Semana do Tempo Comum | Sábado

Evangelho segundo Mateus (19,13-15)

(1)Coloque-se em atitude de oração  

·     Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·     Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·     Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·     Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·     Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·     Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·     Prepare-se ouvindo e rezando: Cada vez que eu venho para te falar (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=Sc5eyp-raOM)

 

(2)Leia o texto da Palavra de Deus

·     Leia com toda a atenção o texto de Mateus 19,13-15

·     Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·     A pequena e frágil comunidade de discípulos/as de Jesus carrega o tesouro do Reino de Deus em vasos de barro

·     Eles precisam de conversão permanente de mente e de coração, pois consideram as crianças como gente incômoda e sem valor

·     Como seguidores/as de Jesus, os discípulos/as precisam assumir a condição social dos eunucos e das crianças, de todos os grupos sociais que não têm lugar importante nos projetos e práticas sociais, e são tratados como menores e insignificantes

·     O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3)Medite a Palavra de Deus

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·     Em que medida, como seguidores/as de Jesus, estamos à margem das badalações, partilhando as lutas e esperanças das pessoas e grupos sociais marginalizados e tratados como um incômodo?

·     Ajudamos a abrir brechas para que essas pessoas se encontrem com o Evangelho de Jesus e sejam socialmente reconhecidas?

·     Como essas pessoas e grupos sociais são acolhidas e tratadas em nossas comunidades cristãs e seus organismos e serviços (litúrgicos, catequéticos, assistenciais)?

·     Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4)Reze com o texto lido e meditado

·     Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·     Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·     Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·     Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·     Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·     Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·     Peça a Deus a graça da minoridade, de ser reconhecido/a como pequeno/a ao lado dos pequenos

·     Deixe ressoar em sua voz o louvor desses pequeninos que encontram na Igreja um lugar onde são reconhecidos como gente

 

(5)Contemple a vida à luz da Palavra

·     Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·     Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·     Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·     Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·     Como nossa Igreja poderia converter-se em Igreja pobre e dos pobres, como sonha e pede o Papa Francisco?

 

(6)Retorne à vida cotidiana

·     Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·     Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Ouça e reze com a canção: Quem nos separará, quem vai nos separar do amor de Cristo? Quem nos separará? (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=AOy0kWK67Nw)

·     Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·     Feche a bíblia, apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Mateus 19,13-15

Do início ao fim dos seus relatos, os evangelistas sublinham a atenção e a sensibilidade de Jesus para com as pessoas e grupos sociais tratados como insignificantes e, por isso, mais vulneráveis. Estrangeiros, mulheres, crianças e doentes representam muito bem esses grupos. Mas aos próprios discípulos/as custa muito aceitar e assimilar essa maneira revolucionária de ver as pessoas.

O episódio do evangelho de hoje ilustra a relação com as crianças. Na sociedade de então, elas não têm direitos, devem obedecer e se submeter, estão à margem. Elas não têm lugar numa cultura patriarcal. Quando algumas pessoas, encorajadas pela compaixão de Jesus com os fracos, levam crianças para que ele as abençoe, os discípulos intervêm e repreendem-nas, pois veem as crianças como um incômodo. Eles reagem estreito no horizonte do patriarcalismo.

Jesus censura duramente esta atitude dos discípulos, e declara que o Reino de Deus pertence às crianças. Para Jesus, as pessoas frágeis e marginalizadas, como são as crianças, nos ensinam e, por isso, pede que seus discípulos/as sejamos como elas. Elas são uma metáfora do autêntico e alegre seguimento de Jesus! Se elas participam do Reino de Deus, obviamente devem ter um lugar também no interior da comunidade cristã.

Como as pessoas que vêm de baixo e das margens acolhem a mensagem do Reino e reconhecem Jesus como enviado do Pai, também os discípulos/as devemos aceitar nossa condição de grupo socialmente marginalizado e insignificante, mas alternativo e gerador de uma nova sociedade. Como o Reino de Deus e as crianças, a comunidade dos discípulos e discípulas vive neste mundo um caminho de transição para um futuro maduro e pleno.

Na comunidade sonhada e iniciada por Jesus, todos/as somos discípulos/as e irmã/os. Não há pai ou patriarca. Todos/as são iguais em dignidade, sem nenhuma distinção. Os bispos do Brasil já diziam: a dignidade dos cristãos não está no ministério (ordenado ou extraordinário) que exercem, mas na sua condição de batizados e ungidos pelo Espírito Santo.

 (Itacir Brassiani msf)

O valor da formação litúrgica

A arte de celebrar deve estar em harmonia com a ação do Espírito. Só assim estará livre dos subjetivismos que são fruto dos gostos individuais dominantes. Só assim estará livre da invasão de elementos culturais que são assumidos sem discernimento e que nada têm a ver com uma correta compreensão da inculturação. Finalmente, é preciso compreender a dinâmica da linguagem simbólica, sua natureza particular, sua eficácia(Papa Francisco, Carta apostólica Desiderio desideravi, § 49).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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