quinta-feira, 16 de novembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (169)

169 | Ano A | 32ª Semana Comum | Sexta-feira | Lucas 17,11-19

17/11/2023

Esta cena continua a de ontem, quando os fariseus pedem de Jesus uma resposta sobre quando aconteceria a manifestação pública do Reino de Deus, quando seria o “Dia de Javé”. Para Jesus, o Reino se faz presente no mundo como fermento, como sal e como semente de mostarda. O Reino de Deus está no meio de nós e ao nosso alcance.

No texto de hoje, Jesus continua no mesmo tema e, para ilustrar seu ensino, recorre a dois eventos bíblicos bem conhecidos dos seus interlocutores: o dilúvio e a destruição de Sodoma. Ambos são episódios de eliminação das pessoas e organizações que não vivem corretamente e fazem o mal. E nenhum desses dois acontecimentos foram percebidos ou levados a sério pelas pessoas em geral, não obstante os alertas dos enviados de Javé.

Esta postura indiferença e desatenção às mensagens de advertência vindas de Deus é o que faz a ligação dos personagens do passado com o presente vivido pelos interlocutores de Jesus. Imersos em suas atividades cotidianas e mergulhados nos seus pequenos interesses, poucos dão atenção e levam a sério o convite de Jesus a mudar de mentalidade e abrir-se ao Reino de Deus.

Ignorando que são chamados a um estilo de vida contrastante, contracorrente, os discípulos perguntam “onde” acontecerá a manifestação do Reino de Deus. Como respondera aos fariseus, que perguntavam “quando” esse evento se realizaria, Jesus diz que não se pode localizar o Reino de Deus. Ele não tem território, não se identifica com uma nação ou um povo particular. Viver vigilantes não significa saber o dia nem o lugar.

Jesus ensina que o Reino de Deus é um evento certo, imprevisível e universal. Como nos dias de Noé, ele vem nos dias da semana, sem grandes sinais, e é preciso estar atento e vigilante para não ficar para trás. O Reino de Deus está onde estão os discípulos/as fiéis de Jesus, aqueles/as que prosseguem sua prática, em qualquer tempo e lugar. Mas é um acontecimento sempre fora do nosso controle. A vida cristã não se identifica com algo estável, adquirido, possuído com segurança, algo que podemos manipular a nosso bel-prazer.

 

Meditação:

§  Será que também nós estamos demasiadamente preocupados em saber o tempo e o lugar do encontro com Deus e seu Reino?

§  Será que a ditadura das necessidades cotidianas, mesmo as ações pastorais, não estão nos sequestrando e dispersando?

§  Como entender que quem procura salvar a sua vida vai perde-la, e quem perde a sua vida pelo Reino, vai ganha-la?

§  Como viver o seguimento de Jesus de olhos abertos, atentos aos apelos e sinais de Deus, engajados na construção do seu Reino?

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