domingo, 19 de novembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (172)

172 | Ano A | 33ª Semana Comum | Segunda-feira | Lucas 18,35-43

20/11/2023

O episódio narrado no evangelho de hoje está situado no caminho de Jesus a Jerusalém, depois da parábola do fariseu e do publicano, após a apresentação das crianças como modelo para os/as discípulos/as e do anúncio de Jesus sobre sua rejeição e morte nas mãos das autoridades religiosas.

Próximo a Jericó, um cego está mendigando à beira da estrada. Percebendo um crescente rumor de gente que se aproxima, o cego pergunta o que está acontecendo. Ele já ouvira algo sobre Jesus, e quando lhe dizem que é “Jesus Nazareno” que se aproxima, solta seu grito, sem constrangimento.

Sua palavra é um pedido, e seu pedido é um grito de socorro: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” O cego e mendigo não leva em conta as advertências das pessoas que acompanham Jesus, e não se cala. Mesmo sendo cego, ele reconhece naquele profeta itinerante e suspeito o Messias enviado por Deus, o esperado filho de Davi, rejeitado pela própria família.

O grito do cego é expressão de fé, de tenaz e perseverante confiança de que o Filho de Davi é movido pela compaixão, e vem para abrir os olhos aos cegos. Jesus vê a situação daquele “resto de gente”, a dor e a força que suscitam seu grito. Por isso, interrompe sua viagem, e pede que tragam o cego a ele. O mendigo interrompe a marcha de filho de Deus!

Interrogado sobre o que ele deseja do mais profundo da sua atribulada existência, o cego diz o óbvio: “Senhor, eu quero enxergar de novo...” Neste caso, enxergar é mais do que ver: é reconhecer a presença de Deus nos homens e mulheres, reconhece-los como irmãos, crer na vontade libertadora de Deus e colaborar com ela.

Jesus não é um messias poderoso, mas um profeta compassivo com os pobres e necessitados. Ele ensina e demonstra que a fé e confiança nele e na sua Palavra têm força iluminadora e libertadora. Elas que estão na raiz da cura. Mas a salvação vai além da cura, e se traduz no seguimento agradecido de Jesus. E esse testemunho vivo é Evangelho que alegra a humanidade.

 

Meditação:

§  Imagine-se à beira da estrada, na periferia de Jericó, em meio a esta cena, interagindo com os diversos personagens

§  Perceba a situação do cego mendigo, seu grito de socorro, o desprezo expresso pelas pessoas que seguem Jesus, a atenção de Jesus, o diálogo com o mendigo, a mudança radical da situação

§  Qual é a intensidade da sua confiança e sua fé em Jesus, o homem de Nazaré, e o que você pede insistentemente a ele?

§  Em que medida a ativa e solidária compaixão de Jesus pelas pessoas vulneráveis atrai e sustenta sua caminhada de fé?

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