A festa da
vida é para todos, mas há quem não queira participar... | 524 |05. 11.2024 | Lucas
14,15-24
A
cena de hoje apresenta Jesus ainda na casa do líder dos fariseus, onde curara
um homem em dia de sábado. O convívio à mesa, mesmo marcado pela tensão, assim
como a exclamação de um anônimo entusiasmado, proporciona a Jesus a
oportunidade de falar das pessoas acolhidas prioritariamente, nos primeiros
lugares, na festa da vida pela sua pregação e missão.
Tendo ouvido
Jesus falar de que o Pai prioriza os pobres e doentes no convite para a festa
do Reino, alguém proclama: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus”.
Jesus responde, à luz do que anunciara no início da sua missão, em Nazaré (cf.
Lc 4,18-19): no Reino de Deus, a prioridade é dos oprimidos, os pobres, dos
excluídos, dos “últimos” na escala social. A estes Deus dedica sua imensa
misericórdia.
Na cena de hoje,
Jesus não o diz isso com um discurso direto, exortativo ou crítico, mas através
de uma parábola, com a qual também evidencia e explica a auto exclusão do Reino
de Deus decidida pelos setores mais piedosos e poderosos. O próprio Jesus se
dirigiu primeiro a eles, mas eles se armaram de desculpas e “caíram fora”.
Infelizmente também hoje há quem se recuse a sentar na mesa dos iguais, numa nação
na qual haja lugar para todos.
O chamamento de
Jesus à novidade do reino de Deus representa um momento crítico e decisivo na
vida dos discípulos. A responsabilidade pela resposta é nossa. No Reino de Deus
os hábitos e posses não contam. Ninguém pode reivindicar direitos adquiridos,
méritos acumulados. O Reino chegou, está no meio de nós, e devemos decidir
hoje, acolhendo os benefícios e pagando os custos! Construir uma humanidade
única não é coisa para românticos, nem para iniciantes.
Deus pensa o mundo como uma mesa na qual todos as pessoas
e povos são acolhidos. Aqueles que se sentiam os únicos chamados são os
primeiros a declinar do convite. Querem ser os primeiros, os “cidadãos de bem”,
e não admitem serem misturados ao povo, querem viver separados. Mas Deus
continua no seu objetivo: encher a sala da festa. Não há pandemia, enchente ou
urgência eleitoral que justifique nosso esfriamento na fé e na missão de ajudar
Deus a realizar essa vontade de Deus!
Meditação:
§ Você alimenta a convicção
de que é realmente feliz quem acolhe a Boa Notícia e come do pão do Reino de
Deus?
§ Diante do convite a
participar da mesa solidária, imagem do mundo inclusivo, você costuma
apresentar desculpas?
§ Como você se sente diante
da afirmação de que os últimos da escala social devem ser os primeiros e
preferidos?
§ Em nossas comunidades e
organismos pastorais estamos priorizando a atenção aos últimos, para que todos
sejam incluídos?
§ Como podemos mobilizar
nossas famílias e comunidades cristãs num empenho efetivo para que diminuam as
exclusões?
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