segunda-feira, 4 de novembro de 2024

A festa da vida é para todos

A festa da vida é para todos, mas há quem não queira participar... | 524 |05. 11.2024 | Lucas 14,15-24

A cena de hoje apresenta Jesus ainda na casa do líder dos fariseus, onde curara um homem em dia de sábado. O convívio à mesa, mesmo marcado pela tensão, assim como a exclamação de um anônimo entusiasmado, proporciona a Jesus a oportunidade de falar das pessoas acolhidas prioritariamente, nos primeiros lugares, na festa da vida pela sua pregação e missão.

Tendo ouvido Jesus falar de que o Pai prioriza os pobres e doentes no convite para a festa do Reino, alguém proclama: “Feliz aquele que come o pão no Reino de Deus”. Jesus responde, à luz do que anunciara no início da sua missão, em Nazaré (cf. Lc 4,18-19): no Reino de Deus, a prioridade é dos oprimidos, os pobres, dos excluídos, dos “últimos” na escala social. A estes Deus dedica sua imensa misericórdia.

Na cena de hoje, Jesus não o diz isso com um discurso direto, exortativo ou crítico, mas através de uma parábola, com a qual também evidencia e explica a auto exclusão do Reino de Deus decidida pelos setores mais piedosos e poderosos. O próprio Jesus se dirigiu primeiro a eles, mas eles se armaram de desculpas e “caíram fora”. Infelizmente também hoje há quem se recuse a sentar na mesa dos iguais, numa nação na qual haja lugar para todos.

O chamamento de Jesus à novidade do reino de Deus representa um momento crítico e decisivo na vida dos discípulos. A responsabilidade pela resposta é nossa. No Reino de Deus os hábitos e posses não contam. Ninguém pode reivindicar direitos adquiridos, méritos acumulados. O Reino chegou, está no meio de nós, e devemos decidir hoje, acolhendo os benefícios e pagando os custos! Construir uma humanidade única não é coisa para românticos, nem para iniciantes.

Deus pensa o mundo como uma mesa na qual todos as pessoas e povos são acolhidos. Aqueles que se sentiam os únicos chamados são os primeiros a declinar do convite. Querem ser os primeiros, os “cidadãos de bem”, e não admitem serem misturados ao povo, querem viver separados. Mas Deus continua no seu objetivo: encher a sala da festa. Não há pandemia, enchente ou urgência eleitoral que justifique nosso esfriamento na fé e na missão de ajudar Deus a realizar essa vontade de Deus!

 

Meditação:

§  Você alimenta a convicção de que é realmente feliz quem acolhe a Boa Notícia e come do pão do Reino de Deus?

§  Diante do convite a participar da mesa solidária, imagem do mundo inclusivo, você costuma apresentar desculpas?

§  Como você se sente diante da afirmação de que os últimos da escala social devem ser os primeiros e preferidos?

§  Em nossas comunidades e organismos pastorais estamos priorizando a atenção aos últimos, para que todos sejam incluídos?

§  Como podemos mobilizar nossas famílias e comunidades cristãs num empenho efetivo para que diminuam as exclusões?

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