segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Porque somos pessoas de fé, damos o máximo em tudo o que fazemos

Porque somos pessoas de fé, damos o máximo em tudo o que fazemos | 529 |12. 11.2024 | Lucas 17,7-10

Em nosso exercício de meditação de ontem buscávamos um sentido atual para as advertências de Jesus sobre a inevitabilidade e a gravidade dos escândalos no interior das comunidades cristãs. Jesus insiste na necessidade do perdão e da reconciliação, sem os quais a vida cristã é impossível. Entretanto, isso não significa relativizar a responsabilidade quando escandalizamos os pobres.

Mas cultivar e manter a reconciliação não é nada fácil, e leva os discípulos a pedir que Jesus lhes aumente a fé. Somente ela pode nos ajudar a transpor os empecilhos. Depois de ilustrar a força (e não a quantidade) da fé, Jesus conta a parábola que meditaremos hoje. A história é muito verossímil, pois trata de uma experiência amplamente conhecida e tolerada no mundo escravagista antigo: o escravo deve tudo ao seu dono, e não goza de nenhum direito frente a ele.

Jesus não elogia o patrão, nem compara Deus com um proprietário de escravos. O foco da parábola é a atitude de empenho incondicional, serviço incansável e gratuidade integral que deve caracterizar todas as dimensões da vida dos discípulos e discípulas. A fé é obediência e serviço ativo e desinteressado, sem nenhuma pretensão de cobrar vantagens, dividendos e méritos. A fé nos faz incansáveis no serviço aos outros, e não significa apenas crer e esperar passivamente um milagre.

Assim foi Jesus, e assim ele espera que sejamos nós, seus discípulos e discípulas. O Concílio Vaticano II já dizia que a fé ilumina a nossa inteligência para que sejamos capazes de encontrar soluções concretas para os problemas humanos concretos. Portanto, a fé não pode ser reduzida à aceitação resignada de uma doutrina, ou na crença desesperada de que Deus poderá fazer um milagre e salvar-nos dos perigos.

É verdade que há situações para as quais não visualizamos nenhuma solução, e diante delas nos sentimos impotentes e derrotados. Muitas vezes perguntamo-nos: Será que vale a pena ser correto e compreensivo, tolerante e engajado, sonhador e construtor de fraternidades sem fronteiras? Nesses casos, e só depois de tentar tudo com insistência e santa teimosia, podemos dizer, sem falsidade nem resignação: “Fizemos o que devíamos fazer. Somos dispensáveis!” Mas, por isso mesmo, continuamos nossa busca de sentido para viver, amar e servir.

 

Meditação:

§  Leia e releia a parábola, meditando sobre ela, sem levar em conta o horizonte escravagista no qual a história está situada

§  Como você se sente quando, depois de ter feito tudo o que era possível, não conseguiu bons resultados, nem reconhecimento?

§  Você não acha que às vezes caímos na tentação de exigir méritos, créditos e benefícios de Deus pela vivência da fé?

§  Como nossa fé pode ser luz e força, por exemplo, diante do enorme e indecente problema da pobreza, da fome e da guerra?

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