O jogo mais triste da história
Em 1973, o Chile era um país prisioneiro
da ditadura militar, e o Estádio Nacional tinha se transformado em campo de
concentração e em câmara de torturas.
A ditadura de Pinochet decidiu que o
jogo deveria ser disputado no Estádio Nacional, fosse como fosse.
Os presos que o estádio prendia foram
levados às pressas, e as máximas autoridades do futebol mundial inspecionaram o
campo, a grama impecável, e deram sua bênção.
A seleção soviética se negou a jogar.
Compareceram dezoito mil entusiastas,
que pagaram a entrada e ovaciobaram o gol que Francisco Valdés meteu no arco
vazio.
A seleção chilena jogou contra ninguém.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 367)
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