quinta-feira, 7 de setembro de 2017

O Evangelho dominical - 10.09.2017

ESTÁ ENTRE NÓS

Embora as palavras de Jesus, recolhidas por Mateus, sejam de grande importância para a vida das comunidades cristãs, poucas vezes atraem a atenção de comentaristas e predicadores. Esta é a promessa de Jesus: «Onde estão dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou Eu no meio deles».
Jesus não está pensando em celebrações massivas, como as da praça de São Pedro em Roma. Embora só sejam dois ou três, ali está Ele no meio deles. Não é necessário que esteja presente a hierarquia; não faz falta que sejam muitos os reunidos.
O importante é que «estejam reunidos», não dispersos nem em confronto: que não vivam desqualificando-se uns aos outros. O decisivo é que se reúnam «em Seu nome»; que escutem a Sua chamada, que vivam identificados com o Seu projeto do reino de Deus. Que Jesus seja o centro do Seu pequeno grupo.
Esta presença viva e real de Jesus é a que há de animar, guiar e suster as pequenas comunidades dos Seus seguidores. É Jesus quem há de alentar a Sua oração, as Suas celebrações, projetos e atividades. Esta presença é o «segredo» de toda a comunidade cristã viva.
Os cristãos, não nos podemos reunir hoje nos nossos grupos e comunidades de qualquer forma: por costume, por inércia ou para cumprir umas obrigações religiosas. Seremos muitos ou, talvez, poucos. Mas o importante é que nos reunamos em seu nome, atraídos pela Sua pessoa e pelo Seu projeto de fazer um mundo mais humano.
Temos de reavivar a consciência de que somos comunidades de Jesus. Reunimo-nos para escutar o Seu Evangelho, para manter viva a Sua recordação, para contagiar-nos pelo Seu Espírito, para acolher em nós a Sua alegria e a Sua paz, para anunciar a Sua Boa Nova.
O futuro da fé cristã entre nós dependerá em boa parte do que façam os cristãos nas nossas comunidades concretas nas próximas décadas. Não basta o que possa fazer o Papa Francisco no Vaticano. Tampouco podemos colocar a nossa esperança no punhado de sacerdotes que possam ordenar-se nos próximos anos. A nossa única esperança é Jesus Cristo.
Somos nós os que temos de centrar as nossas comunidades cristãs na pessoa de Jesus como a única força capaz de regenerar a nossa fé gasta e rotineira. O único capaz de atrair os homens e mulheres de hoje. O único capaz de gerar uma fé nova nestes tempos de incredulidade. A renovação das instâncias centrais da Igreja é urgente. Os decretos de reformas, necessários. Mas nada tão decisivo como voltar com radicalidade a Jesus Cristo.
José Antonio Pagola

Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez

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