Desafios e
horizontes da missão
Hoje, ao
completar 18 anos de missão, nossa comunidade missionária identifica os
seguintes desafios em Carauari e Itamarati:
(a)
A
animação pastoral das comunidades ribeirinhas e a presença nas aldeias
indígenas (em parceria e diálogo com o CIMI, com a Pastoral da Juventude e com
a Pastoral da Criança);
(b)
O
acompanhamento das comunidades eclesiais urbanas, especialmente no
fortalecimento dos vínculos fraternos e na formação de lideranças cristãs
maduras;
(c)
O
acompanhamento das famílias, considerando suas diversas configurações, assim
como a instabilidade dos vínculos e a precocidade do matrimônio;
(d)
A
valorização pastoral e a presença dos missionários nos novenários urbanos e
ribeirinhos, inclusive como estratégia para promover avanços no sentido
eclesial e missionário;
(e)
O
planejamento, a execução e a avaliação comunitária (comunidade religiosa) dos
diversos trabalhos, valorizando as habilidades de cada um e evitando tanto a
fragmentação como a centralização;
(f)
A
visualização de caminhos e estratégias para trabalhar com as juventudes,
ajudando-as a visualizar possibilidades e alternativas de vida;
(g)
Os
altos custos das visitas às comunidades ribeirinhas, da pastoral em geral, da
infraestrutura e da manutenção da comunidade missionária;
(h)
A
superação da impressão de que o envio dos coirmãos enviados à missão na
Amazônia é uma espécie de punição ou castigo.
Nesse
contexto, antes de estabelecer tarefas prioritárias, consideramos
imprescindível definir claramente os princípios que dão o rumo e a substância à
nossa ação missionária nessa região:
(a)
Viver e anunciar comunitariamente a alegria do Evangelho, ajudando a
construir uma Igreja que seja mais semelhante a um hospital de campanha que a
uma alfândega;
(b)
Assumir a missão como um processo de saída de nós mesmos, nossa visão e
nossa cultura, e de conversão ao evangelho do outro;
(c)
Testemunhar a fraternidade e a comunhão, vivendo e trabalhando sempre a
partir da comunidade religiosa e de vida, superando a tentação da divisão
rígida e hierarquizada de trabalhos (pároco, vigários, ajudantes, etc.);
(d)
Desenvolver ações orgânicas, planejadas e avaliadas comunitariamente,
valorizando as competências de cada coirmão e evitando iniciativas paralelas ou
isoladas;
(e)
Encarnar-se na Igreja local e empenhar-se no fortalecimento das
comunidades eclesiais, no horizonte dos projetos e prioridades da Prelazia e da
REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica);
(f)
Respeitar, apoiar e promover as lideranças leigas, especialmente
mediante os Conselhos comunitários e paroquiais, e as pastorais de caráter
solidário e popular;
(g)
Exercitar o diálogo aberto e respeitoso com as tradições culturais e
religiosas do povo amazônico;
(h) Colocar-se solidariamente a serviço dos pobres, apoiando suas lutas e
fortalecendo suas organizações. (continua)
Itacir
Brassiani msf
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