“Este
pobre clama e o Senhor o escuta!”
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O II
DIA MUNDIAL DOS POBRES (1)
1. “Este
pobre clama e o Senhor o escuta” (Sal 34,
7). Façamos nossas estas palavras do
Salmista, quando nos vemos confrontados com as mais variadas condições de
sofrimento e marginalização em que vivem tantos irmãos e irmãs, que nos
habituamos a designar com o termo genérico de pobres. O autor de tais palavras
não é alheio a esta condição; antes pelo contrário, experimenta diretamente a
pobreza e, todavia, transforma-a num cântico de louvor e agradecimento ao
Senhor. Hoje, este Salmo permite-nos também a nós, rodeados por tantas formas
de pobreza, compreender quem são os verdadeiros pobres para os quais somos
chamados a dirigir o olhar a fim de escutar o seu clamor e reconhecer as suas
necessidades.
Nele
se diz, antes de mais nada, que o Senhor escuta os pobres que clamam por Ele e
é bom para quantos, de coração dilacerado pela tristeza, a solidão e a
exclusão, n’Ele procuram refúgio. Escuta todos os que são espezinhados na sua
dignidade e, apesar disso, têm a força de levantar o olhar para o Alto a fim de
receber luz e conforto. Escuta os que se veem perseguidos em nome duma falsa
justiça, oprimidos por políticas indignas deste nome e intimidados pela
violência; e contudo sabem que têm em Deus o seu Salvador. O primeiro elemento que sobressai nesta oração é o sentimento de
confiança num Pai que escuta e acolhe. Sintonizados com estas palavras,
podemos compreender mais profundamente aquilo que Jesus proclamou com a
bem-aventurança “felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu”
(Mt 5, 3).
Entretanto
devido ao caráter único desta experiência, sob muitos aspetos imerecida e
impossível de se expressar plenamente, sente-se o desejo de a comunicar a
outros, a começar pelos que são pobres, rejeitados e marginalizados. De fato, ninguém se pode sentir excluído do amor do
Pai, sobretudo num mundo onde frequentemente se eleva a riqueza ao nível de
primeiro objetivo e faz com que as pessoas se fechem em si mesmas.
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