“Este
pobre clama e o Senhor o escuta!”
MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO PARA O II
DIA MUNDIAL DOS POBRES (4)
Os primeiros habilitados a
reconhecer a presença de Deus e a dar testemunho da sua proximidade à própria
vida são os pobres.
Deus permanece fiel à sua promessa e, mesmo na escuridão da noite, não deixa
faltar o calor do seu amor e da sua consolação. Contudo, para superar a opressiva condição de pobreza, é necessário aperceber-se
da presença de irmãos e irmãs que se ocupem deles e que, abrindo a porta do
coração e da vida, lhes façam sentir benvindos como amigos e familiares.
Somente deste modo podemos descobrir a força salvífica das suas vidas e colocá-los
no centro do caminho da Igreja.
Neste Dia
Mundial, somos convidados a tornar concretas as palavras do Salmo: “Os pobres
comerão e serão saciados” (Sal 22, 27). Sabemos que no templo de
Jerusalém, depois do rito do sacrifício, tinha lugar o banquete. Esta foi uma
experiência que, no ano passado, enriqueceu a celebração do primeiro Dia
Mundial dos Pobres, em muitas dioceses. Muitos encontraram o calor duma casa,
a alegria duma refeição festiva e a solidariedade de quantos quiseram
compartilhar a mesa de forma simples e fraterna.
Gostaria que, também neste
ano e para o futuro, este Dia fosse celebrado sob o signo da
alegria pela reencontrada capacidade de estar juntos. Rezar juntos em
comunidade e compartilhar a refeição no dia de domingo é uma experiência que
nos leva de volta à primitiva comunidade cristã, que o evangelista Lucas
descreve em toda a sua originalidade e simplicidade: “Eram assíduos ao ensino
dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações. (…) Todos os
crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e
distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um” (At 2, 42.44-45).
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