segunda-feira, 29 de maio de 2023

O Evangelho de cada dia (03) - 30.05.2023

VIII Semana do Tempo Comum | Terça-feira | Marcos 10,28-31


Continuamos com o evangelho segundo Marcos. Aos versículos de hoje estão situados após a cena da deserção do homem rico diante das exigências de Jesus para ser seu discípulo. Nos versos anteriores. Ele sente-se bom e irrepreensível, um ‘homem de bem’ como se diz hoje, e volta atrás desiludido. E Jesus desabafa: que um rico aceite seu caminho é tão raro como que um camelo passe pelo buraco de uma agulha!

Os discípulos reagiram à comparação de Jesus, pois pensavam que se os ricos não estão mais perto de Deus, o que dizer então dos doentes, dos pobres e dos estrangeiros, que eles tratam como ‘sujeitos suspeitos’? Mas, aquilo que para muitos parece impossível, para Deus é absolutamente normal: a riqueza dos ricos não é bênção de Deus, e a prosperidade não é sinal de fidelidade; no reino de Deus e no coração do Deus do Reino, os pobres estão no centro!

É neste contexto que Pedro toma a Palavra e apresenta a Jesus um fato: aquilo que o jovem rico e sua classe não quisera fazer, os discípulos o fizeram, livremente ou em consequência das perseguições. Eles deixaram os bens e seguiram Jesus, em busca de um bem maior, do único bem: do reino de Deus. Pedro apenas constata, mas parece “cobrar a conta”, pois ele e seus companheiros ainda não haviam provado a vida eterna, apenas incompreensões.

Jesus responde solenemente, sublinhando que o retorno prometido estava assegurado, mas em dois tempos: agora, durante esta vida; no mundo futuro. Agora, quem relativizou tudo pelo absoluto do Reino de Deus no caminho de Jesus, já recebe 100 vezes mais em termos de hospitalidade, ajuda, companheiros e apoiadores mediante a fraternidade e a partilha comunitária. Mas isso sempre em meio às perseguições, próprias do/a discípulo/a no mundo.

No mundo futuro, que é o Reino de Deus plenamente realizado, que começa aqui mas aqui não chega ao seu termo, está assegurada uma vida densa e intensa em termos de dinamismo e de sentido, uma vida que desborda a história e avança para a eternidade. Com o olhar fixo no “mundo futuro”, o/a discípulo é convidado/a e ver já “agora” os frutos da sua entrega: os benefícios da vida em comum.

 

Meditação:

·        Recomponha a cena, relendo os versos 15 a 27, que relatam o encontro de Jesus com as criancinhas e, depois, com o jovem rico

·        Observe a reação dos discípulos, especialmente do homem que se apresentou como candidato a discípulo

·        Será que não corremos o risco de nos apresentar diante de Deus ostentando nossos méritos, em consciência daquilo que nos falta?

·        Conseguimos perceber que tudo aquilo do que abrimos mão nos havia sido dado, e que tudo o que temos pertence a todos?

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