VIII Semana do
Tempo Comum | Visitação de Maria | Lucas 1,39-56
Este texto de Lucas é escolhido para iluminar a
festa de da Visitação de Maria, com a qual a tradição católica conclui todo um
mês dedicado a Maria de Nazaré, mãe e discípula de Jesus. Literariamente, a
narrativa está localizada logo após o anúncio do Anjo a Maria, a antes da cena
do nascimento de Jesus, em Belém, na região da Judeia. Faz dos “evangelhos da
infância de Jesus”.
O episódio traduz de modo plástico a presença
libertadora de Deus na história e a serena alegria que isso desperta na vida,
na esperança e no cântico dos pobres. Não se trata de um sonho utópico, mas de
uma esperança segura, que se fundamenta na fidelidade do Deus dos pobres, já
revelada e confirmada ao longo da história do povo de Israel e das comunidades
cristãs.
Inicialmente, a cena apresenta uma ampliação do
episódio da anunciação e uma confirmação dos sinais indicados pelo anjo a
Maria. Estimulada pelo anjo Gabriel, ela
busca apressadamente estes sinais e sai ao encontro da sua parenta. Ao acolher
Maria, Isabel proclama e saúda a presença do esperado Messias no seio dela com
a mesma surpresa e alegria com as quais Davi e o povo de Israel saúdam a
presença fiel e libertadora de Deus na Arca da Aliança.
O próprio João Batista, desde o ventre de Isabel,
participa dessa alegria messiânica, e, com a mãe, reconhece a presença de Deus
no meio do povo. Maria é aclamada por Isabel como bem-aventurada e feliz porque
acreditou na verdade e na força da Palavra de Deus. A seu modo, Isabel nos
ajuda a desvendar o significado profundo da maternidade de Maria.
Na sequência, Maria intervém com um cântico no qual,
com a ajuda da literatura orante do seu povo, celebra a intervenção de Deus no
passado e assegura a fidelidade da sua misericórdia para o futuro. Ela, serva e
humilhada, representa todos os pobres agraciados por Deus que visualizam um
mundo novo, que vence e supera forças as estruturas que dominam e excluem.
A cena da visita de Maria a Isabel e a celebração
feminina da ação libertadora de Deus na história ressalta ao menos três
aspectos: nosso Deus é o Deus dos humildes; Maria vem nos visitar e nos ajudar
em nossas necessidades; Maria nos convida a sair ao encontro e serviço de quem
precisa de nós. Acolhamos também nós, com serena alegria, a visita de Deus, que
se estende até o fim do mundo.
Meditação:
· Deixe-se
envolver pela alegria messiânica que ilumina e comove Maria, Isabel e João por
ocasião do encontro entre essas duas mulheres abençoadas
· Repita,
com Isabel, a saudação mística e profética com a qual recebe e celebra a visita
de Deus ao seu povo
· Acolha
a visita de Maria na sua casa, e participe da sua alegria e profecia, aceite o
convite e saia com ela a levar o Evangelho
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