(http://paginalusofona.blogspot.it/) |
A festa que não houve
Os peões dos campos da Patagônia argentina tinham
entrado em greve contra os salários curtíssimos e as jornadas longuíssimas, e o
exército foi encarregado de restabelecer a ordem.
Fuzilar cansa. Na noite do dia 17 de fevereiro de 1922,
os soldados, exaustos de tanto matar, foram ao prostíbulo de San Julián, atrás
de sua merecida recompensa.
Mas as cinco mulheres que trabalhavam lá bateram a
porta no nariz deles, e puseram todos para correr ao grito de “assassinos,
assassinos, fora daqui!”
Osvaldo Bayer guardou seus nomes. Elas se chamavam
Consuelo García, Angela Fortunato, Amália Rodriguez, Marua Juliache e Maud
Foster.
As putas. As dignas.
(Eduardo Galeano, Os filhos dos dias, L&PM, 2012,
p. 65)
Nenhum comentário:
Postar um comentário