domingo, 4 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (05.10.2020)

Dia 05 de Outubro | Segunda-feira | 27ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (10,25-37)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Eis-me aqui, Senhor! Eis-me aqui, Senhor! /: Pra fazer tua vontade, pra viver do teu; pra fazer tua vontade, pra viver do teu amor :/Eis-me aqui, Senhor! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n6JtRdBpUNU)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 10,25-37

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Releia o texto uma ou mais vezes (se necessário)

·      Depois de corrigir o entusiasmo infantil dos seus discípulos/as missionários, Jesus é procurado por um doutor da lei

·      Ele pergunta a Jesus o que deve fazer para merecer a vida eterna, mas, por trás, está a pergunta sobre quem é o próximo

·      Jesus não discute, e responde com uma parábola, no final da qual inverte a pergunta e interroga sobre o sujeito do amor

·      Com isso, Jesus não oferece uma nova lei, melhor que as antigas, mas uma nova perspectiva para viver o amor

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Releia atentamente o texto, observando a astúcia do escriba e a sabedoria de Jesus

·      Visualize a cena da parábola e participe dela, lembrando que os samaritanos eram desprezados e os sacerdotes idealizados

·      Será que nós também não nos distraímos e dispensamos do amor ao próximo em discussões estéreis sobre quem são eles?

·      Em que medida nós e nossas comunidades não deixamos de lado a compaixão para priorizar as leis e o culto?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Senhor, o que queres que eu faça? Senhor, que o queres de mim? Mostra-me os teus caminhos! Senhor, o que queres de mim? (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=L5pYev7l4vY)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“Neste contexto (de pandemia), o chamado à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo é oportunidade de partilha, serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada um nos faz passar do “eu” medroso e fechado ao “eu” resoluto e renovado pelo dom de si” (Papa Francisco).

 

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

À pergunta sobre como ganhar a vida eterna corresponde a ideia de salvação. E a discussão que perpassa os evangelhos é sobre o caminho mais direto e seguro para salvação: seria a submissão à lei, como ensinavam os escribas e fariseus, ou haveria outro caminho?

Para Jesus, o caminho da salvação não passa pelo cumprimento escrupuloso da lei mas pela compaixão para com as vítimas e sofredores, mediante ações concretas de solidariedade, sem lugar para a indiferença para com o sofrimento humano. Para ele, o amor pleno a Deus se concretiza na ação em benefício das pessoas necessitadas.

Esta é a reposta de Jesus à pergunta do doutor da lei. Mas, a pergunta do homem da lei esconde a verdadeira discussão sobre, que é sobre quem é o nosso próximo. Jesus não acrescenta mais uma norma ao monte de leis que existiam, mas estabelece uma perspectiva nova e exigente: a aproximação e o socorro a quem mais necessita.

Para Jesus, a solidariedade concreta e desinteressada substituiu e vale mais que culto e a lei. E o samaritano – considerado herético, bastardo e impuro pelos judeus – está mais próximo de Deus que o sacerdote e o levita, porque se aproxima da pessoa ferida e é capaz de compaixão, enquanto que o sacerdote e o levita se afastam dela e se mostram indiferentes.

Jesus inverte a pergunta do escriba e pergunta pelo sujeito e não pelo objeto do amor. Com a parábola Jesus não quer apresentar apenas um belo exemplo, mas abrir uma nova perspectiva. O amor concreto é solicitado, definido e na nossa resposta à pessoa necessitada, que pode ser até inimiga. O amor nos faz livres e criativos! O paradoxo é que o protótipo do amor salvífico é a pessoa mais desprezada, e o doutor da lei deve imitá-lo.

 (Itacir Brassiani msf)

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