segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho (13.10.2020)

Dia 13 de Outubro | Terça-feira | 28ª Semana do Tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (11,37-41)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando: Palavras de salvação somente o céu tem pra dar, por isso meu coração se abre para escutar! (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=n0F2h0BIC54)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 11,37-41

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Em Jerusalém, Jesus prossegue seu confronto com os fariseus e os dirigentes do judaísmo

·      Mesmo conhecendo a hipocrisia dos fariseus, seus adversários mais aguerridos, Jesus não se furta ao convite de um deles

·      Mesmo na condição de hóspede do fariseu, Jesus escancara a hipocrisia da piedade deles, e o poder opressivo que exercem

·      Para Jesus, ficamos bem com Deus quando praticamos a solidariedade e a partilha, e não quando participamos de ritos

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Reconstrua mentalmente a cena, participe dela, entre na casa do fariseu, veja como ele observa Jesus e como Jesus observa ele

·      Acolha palavra por palavra as duras palavras que Jesus dirige ao fariseu, e a todas as pessoas que vivem uma fé de fachada

·      Que aspectos da nossa prática cristã, como fiéis e como comunidade, Jesus pede que sejam mudados?

·      Quais são os aspectos secundários do Evangelho que nossas Igrejas estão colocando no lugar daquilo que é essencial?

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Procure identificar onde e em que você vive uma fé de fachada e opressora, e peça a Jesus a graça de mudar

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·      O que nós e nossas comunidades precisamos fazer para entrar num caminho de verdadeira purificação?

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Pão em todas as mesas! Da páscoa nova, a certeza: a festa haverá, e o povo a cantar: Aleluia! (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=X0YeYBEM-SI)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

 

“A missão é resposta, livre e consciente, ao chamado de Deus. Mas este chamado só o podemos sentir quando vivemos numa relação pessoal de amor com Jesus vivo na sua Igreja” (Papa Francisco, Dia Mundial das Missões, 2020).

 

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

No contexto do duro embate que Jesus trava em Jerusalém com as elites defensoras do judaísmo, Jesus as acusa de ser uma “geração perversa”. E contrapõe a elas dois fatos relatados pelo Antigo Testamente: o povo pagão de Nínive, que se converte ouvindo a pregação de Jonas; a rainha pagã que busca Salomão e reconhece sua sabedoria. E Jesus é mais que Jonas, e mais que Salomão.

Eis que um fariseu convida Jesus para um jantar em sua casa, não por amizade, mas por curiosidade, para confirmar seus preconceitos sobre Jesus, para comprovar pessoalmente as “heresias” de Jesus. Não esqueçamos que, ao apresentar estes fatos, Lucas deixa ressoar neles as polemicas e controvérsias das comunidades do seu tempo (anos 80) com o judaísmo hostil.

A liberdade e a autenticidade de Jesus espantam o fariseu, e o fariseu impressiona Jesus com sua hipocrisia. Na própria casa do anfitrião, Jesus percebe e denuncia que, por trás da aparência de piedade e de correção, os fariseus escondem uma personalidade corrompida e relações violentas. Eles defendem a pureza ritual como a coisa mais importante, e esquecem o resto.

Jesus propõe ao fariseu e seus comparsas, e especialmente aos seus discípulos/as, uma nova interpretação da pureza. A pureza não vem dos ritos de coisas externas, mas da ação, da misericórdia e não do rito de lavar objetos. Nas sociedades rurais antigas, a esmola era uma prática de partilha solidária, de justiça, de misericórdia. E é nela que se distingue o essencial do secundário. Fazendo o contrário, as pessoas acabam exercendo um poder que oprime, e vivendo uma religião hipócrita.

 (Itacir Brassiani msf)

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