quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Leitura Orante do Evangelho 191 (30.10.2020)

Dia 30 de Outubro | Sexta-feira | 30ª Semana do tempo Comum

Evangelho segundo Lucas (14,1-6)

 

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

“Ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a lectio divina, deixar-se surpreender pela novidade dela, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra” (Bento XVI, Verbum Domini, 46).

Em tempos de restrições à convivência e à movimentação social, a leitura orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. O grupos podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, preparem um roteiro e evitem escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos.

 (Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS)

 

(1)    Coloque-se em atitude de oração

·      Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a oração

·      Escolha o lugar no qual você se sinta bem

·      Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·      Acenda uma vela e tome a bíblia em suas mãos

·      Tome consciência de si mesmo/a e do momento que vivemos

·      Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·      Prepare-se ouvindo ou cantando o mantra: A Palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração. (Clique aqui:  https://www.youtube.com/watch?v=BU9zUi4N3Yc)

 

(2)    Leia o texto da Palavra de Deus

·      Leia com toda a atenção o texto de Lucas 14,1-6

·      Leia o texto em voz alta (se possível)

·      Depois de refutar a ameaça de Herodes, Jesus prossegue sua caminhada a Jerusalém sem recuar em sua missão

·      Convidado por um líder dos fariseus a uma refeição na casa dele, Jesus dá mais importância a um homem atrofiado que ao próprio anfitrião

·      E, mais uma vez, mostra a hipocrisia deles: descumprem a lei para salvar um animal mas não o fazem por uma pessoa

·      Para Jesus, o imperativo de salvar e libertar as pessoas concretas não obedece a mapas nem calendários!

·      O que este trecho da Palavra de Deus diz em si mesmo?

 

(3)    Medite a Palavra de Deus

·      Reconstrua o cenário do texto, incluindo a si mesmo/a na cena

·      Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a você hoje?

·      Saboreie interiormente aquilo que mais ressoa ou atrai você

·      Acompanhe Jesus à casa do chefe dos fariseus, acompanhe seu olhar voltado ao homem doente

·      Perceba também o olhar vigilante e reprovador dos fariseus reunidos em torno da mesa e a indignação de Jesus

·      Será que também nós, de algum modo, não caímos na tentação de “fossilizar” a vontade de Deus ou reduzi-la a abstratos esquemas e princípios fios e impessoais?

 

(4)    Reze com o texto lido e meditado

·      Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·      Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·      Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·      Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·      Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·      Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus?

·      Louve a Deus pela bondade, compaixão, liberdade e coragem de Jesus no resgate da vida ameaçada

·      Peça a Jesus a graça da coerência entre fé e vida, de conjugar compaixão e luta, mística e profecia

 

(5)    Contemple a vida à luz da Palavra

·      Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·      Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·      Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·      Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·      Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·      O que fazer diante daqueles/as que gritam e impõem a lei como punição dos pobres e vulneráveis, e não como proteção da vida?

 

(6)    Retorne à vida cotidiana

·      Se considerar conveniente, leia, na página seguinte, o subsídio proposto para ajudar na compreensão do texto lido

·      Recite o Pai Nosso e a Ave Maria, ou faça uma oração pessoal que resuma a experiência de oração desse dia.

·      Recite ou cante a invocação: Jesus, Boa Notícia de Deus! Tua Palavra guie os passos meus!

·      Ouça e reze com a canção: Eu acredito que o mundo o menor que padece acreditar no menor! (Clique aqui: https://www.youtube.com/watch?v=1rhGICFfgsg)

·      Apague a vela, guarde a Bíblia e conclua seu tempo de oração

A alegria do Evangelho é tal que nada e ninguém no-la poderá tirar. Os males do nosso mundo, e também os males da Igreja, não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 84).

 

LEITURA COMPLEMENTAR

Ontem vimos que, fiel à herança profética, Jesus não muda seu rumo diante da ameaça de Herodes. Segue intrépido e generoso, sem fazer nada para se proteger. Ele se se sente na linha dos profetas, e é o Pai, e não Herodes ou seus asseclas, quem vai dizer quando e como deve dar sua missão por terminada. Por enquanto, ele é quem decide!

Dito e feito! Em pleno sábado Jesus desrespeita – de novo! – a lei e, numa refeição na casa de um dos chefes dos fariseus, cura um homem doente sem que ele tenha pedido. Ignorando o olhar vigilante dos piedosos judeus, Jesus os provoca a tomar uma posição. Esta cena inaugura seção das refeições simbólicas (cf. Lc 14,1-24).

A pergunta de Jesus é direta: “A lei permite curar em dia de sábado, ou não?” E os fariseus guardam silêncio. Para Jesus, o reino de Deus e a defesa da vida se impõem, e não tem hora ou lugar. E a lei inspirada por Deus visa garantir o repouso e assegurar a liberdade e a dignidade dos seus filhos e filhas de Deus. Se os piedosos judeus descumprem a lei para salvar um animal, não há razão aceitável para se opor à cura de uma pessoa necessitada.

Na verdade, Jesus não nega a legitimidade das leis e ordenamentos legais e religiosos, mas os coloca em uma nova perspectiva. O que fazemos sem problemas quando estão em jogo nossos interesses (evitar o prejuízo com a morte de um animal) devemos fazê-lo, mais ainda, em benefício dos outros. Nada de fossilizar ou reduzir a vontade de Deus a princípios e esquemas abstratos!

Não nos defendamos da interpelação de Jesus relegando-a ao passado. É permitido ou não aprovar as uniões homo afetivas? É lícito ocupar latifúndios improdutivos? É possível compartilhar a eucaristia com outras Igrejas? É aceitável defender a admissão de mulheres ao ministério?

 (Itacir Brassiani msf)

Nenhum comentário: