quarta-feira, 15 de junho de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 786

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 786

Dia 16/06/2022 | Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo

Evangelho segundo Lucas (9,11-17)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Lucas 9,11-17

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Este texto está situado na caminhada de Jesus da Galileia a Jerusalém, e faz parte da formação para o discipulado

·    Hoje, meditamos esta passagem como Palavra que ilumina e ajuda a compreender o sentido da Eucaristia, corpo e sangue de Jesus

·    Jesus havia enviado os apóstolos para uma breve experiência missionário, e eles voltaram muito entusiasmados

·    Mas parece que eles foram reprovados na questão fundamental: não se importam com o povo faminto, e pedem que Jesus o afaste

·    Então Jesus pede que eles juntem os pães e peixes e alimentem a multidão, mostrando assim as exigências da Eucaristia

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Imagine-se junto de Jesus e seus apóstolos, diante de uma multidão necessitada, que tem em Jesus sua única esperança

·    Observe a reação e as palavras dos apóstolos, e, principalmente, a atitude, as palavras e os gestos de Jesus

·    Será que não está sobrando devoção eucarística e faltando cuidado e solidariedade com o corpo de Jesus nas pessoas que sofrem?

·    Por quê nos preocupamos tanto com as migalhas das hóstias, e tão pouco com as injustiças que ferem o corpo vivo de Jesus Cristo?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Reserve um tempo para participar da celebração da eucaristia e rezar diante desse sacramento que nos envolve e interpela

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    O que fazer para que nossas procissões e adorações eucarísticas não nos dispensem de somar forças com as lutas do nosso povo?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e cante “Se calarem a voz dos profetas...” (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=oqwLYU_PGLo)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Apague a vela e conclua seu momento de oração

 

Breves notas sobre Lucas 9,11-17

Quando os apóstolos voltam de uma espécie de estágio missionário, Jesus os leva para descansar fora do território judaico. Então, eles contam, animados, o sucesso que haviam experimentado. Mas, mesmo sendo o lugar deserto, as multidões necessitadas vão atrás de Jesus e dos discípulos. Sem se incomodar com isso, Jesus lhes fala do reino de Deus, e cura muitas pessoas doentes.

Parece que o repentino e recente sucesso pastoral havia subido à cabeça dos apóstolos. Fica a impressão de que eles se sentem uma elite especial e separada do resto do povo, um grupo que ocupa um lugar superior. No fim do dia, eles se aproximam de Jesus e ousam dar-lhe uma ordem: “Despede a multidão para que possam ir aos povoados e sítios vizinhos procurar hospedagem e comida...” Esqueceram eles que a comunidade cristã existe para dar uma resposta efetiva às angústias e esperanças das pessoas concretas...

Jesus reage sublinhando que são eles mesmos que devem cuidar do povo. Jesus não se importa se os discípulos têm provisões suficientes, e pede que organizem o povo em comunidades. Depois de se apropriar dos poucos pães e dos peixes dos apóstolos, Jesus os eleva, abençoa, parte e dá aos discípulos para que distribuam. Acaba o tempo do “cada um para si” e começa o tempo do convívio, da partilha e do serviço. Inaugura-se o tempo de comunhão. “Todos comeram e se saciaram.”

Depois que os presentes são saciados, a sobra vai para os outros. A atenção dos cristãos é inclusiva e universal, mas dá prioridade aos últimos ou excluídos, e viver a Eucaristia é entrar nesta lógica do dom, da prioridade dos últimos e mais frágeis. Diante deste sacramento não se deve dizer “se aproxime quem for digno e estiver preparado”, mas “Senhor, eu não sou digno...”

Jesus não institui um rito a ser repetido, mas propõe uma forma de vida a ser assumida com coerência. Ele pede que repitamos o dom de nós mesmos em memória dele. A Eucaristia é o documento do imenso amor de Cristo pela humanidade, e fazemos memória da altíssima caridade que Cristo demonstrou na sua paixão (S. Tomás).

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

Todos nós, os que participamos na Eucaristia, somos chamados a descobrir, mediante este Sacramento, sentido profundo da nossa atividade no mundo em prol do desenvolvimento e da paz; e a ir buscar nele as energias para nos empenharmos cada vez mais generosamente, a exemplo de Cristo, que neste Sacramento dá a sua vida pelos seus amigos. O nosso empenho pessoal, como o de Cristo e enquanto a ele unido, não será inútil, mas certamente fecundo(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 48).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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