quarta-feira, 8 de junho de 2022

Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 779

Ano C Roteiro de Leitura Orante do Evangelho Nº 779

Dia 09/06/2022 | X Semana do Tempo Comum | Quinta-feira

Evangelho segundo Mateus (5,20-26)

(1) Coloque-se em atitude de oração  

·    Escolha um momento adequado e tranquilo/a para a meditação

·    Escolha o lugar no qual você não seja interrompido/a

·    Busque uma posição corporal que lhe ajude a concentrar-se

·    Acenda uma vela, e tome a bíblia em suas mãos

·    Tome consciência de si mesmo/a e do tempo que vivemos

·    Faça silêncio interior e ative o desejo de ouvir a Palavra de Deus

·    Prepare-se cantando: O Senhor vai acendendo luzes...” (Aqui: https://www.youtube.com/watch?v=lWUng2ouMHc)

 

(2) Leia o texto da Palavra de Deus

·    Leia com toda a atenção o texto de Mateus 5,20-26

·    Leia o texto em voz alta (se achar necessário e for possível)

·    Depois de apresentar o caminho da felicidade duradoura, Jesus pede aos seus seguidores/as uma justiça superior à dos fariseus

·    O primeiro de uma série de exemplos dessa justiça Jesus a dá no trecho de hoje: não matar é apenas o começo, e o mínimo

·    A raiva e o insulto precedem e preparam o homicídio, pois não considera a dignidade e a honra do outro, do diferente

·    Na comunidade e na sociedade, a fraternidade e a reconciliação são mais importantes que as doutrinas, ritos e devoções

·    O que a Palavra de Deus diz em si mesma, o que está escrito?

 

(3) Medite a Palavra de Deus

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lida e meditada diz a você hoje, qual é seu sentido nesse momento da vida?

·    Leia atentamente, palavra por palavra, este ensino de Jesus sobre as relações respeitosas e fraternas, e a reconciliação

·    Que impacto tem sobre você e seu pensamento este ensino de Jesus: não é suficiente não matar, é preciso evitar a raiva e o insulto?

·    Quais são as consequências do conselho de interromper o culto e as ofertas para primeiro se reconciliar com quem prejudicamos?

·    Como você, sua família e sua comunidade podem exercitar este precioso ensinamento de Jesus?

·    Com quem você precisa se reconciliar hoje, por que você ofendeu ou porque sentiu-se ofendido/a?

·    Se achar oportuno e for possível, leia as “pistas” (página 3)

 

(4) Reze com o texto lido e meditado

·    Tome consciência de que este texto é Palavra de Deus

·    Depois de escutar atentamente, agora é sua vez de falar

·    Não mude de assunto, pois sua palavra é sua resposta a Deus

·    Permita que o próprio Deus dirija a sua oração, a sua resposta

·    Não se preocupe com raciocínios e frases bem articuladas

·    Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz dizer a Deus

·    Fale a Jesus com sinceridade sobre as raivas e ressentimentos que subsistem no seu interior e impedem uma justiça mais plena

 

(5) Contemple a vida à luz da Palavra

·    Procure contemplar a realidade do mundo com o olhar de Deus

·    Busque meios para colocar em prática o que Deus lhe fala

·    Perceba o que você precisa mudar a partir dessa meditação

·    Responda: O que Deus está pedindo que eu mude ou faça?

·    Que precauções precisamos tomar, como indivíduos, como famílias e como Igreja para não voltar a supervalorizar os cultos e ritos em detrimento das relações fraternas?

 

(6) Retorne à vida cotidiana

·    Recite o Pai Nosso e a Ave Maria

·    Recite a invocação: “Jesus, Mestre da compaixão, ajuda-nos a encarnar na vida todas as tuas belas lições”

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

·    Ouça e cante a Oração de São Francisco (Acessível em: https://www.youtube.com/watch?v=Qc3Tp-OrUGI)

·    Assuma um compromisso pessoal de conversão e mudança

 

Breves notas sobre Mateus 5,20-26

Depois de propor o caminho da felicidade plena e duradoura, Jesus sublinha que este caminho requer a vivência de uma justiça maior que a justiça dos escribas e fariseus. E dá uma série de exemplos, dos quais o texto de hoje nos apresenta o primeiro. Jesus parte das Escrituras Sagradas, mas não se detém na simples afirmação da lei. Para ele, a Escritura tem por fim assegurar a proteção social dos vulneráveis e a harmonia no interior da comunidade.

Nesta perspectiva, Jesus reinterpreta o 5º mandamento e Moisés, ciente de que o homicídio começa bem antes do ato concreto, e tem suas raízes na falta de respeito à dignidade de quem é diferente de nós, configurada na raiva e no insulto. Não matar não é o máximo, mas o mínimo da justiça. A fraternidade sem fronteiras e a reconciliação sempre renovada são exigências incontornáveis do Evangelho do Reino, e os/as discípulos/as não podem ignorar isso.

A justiça maior que aquela ostentada pelos fariseus se expressa na vivência da fraternidade e da reconciliação, ou seja: agindo de tal forma que o diferente viva dignamente. Isso é tão importante e decisivo que Jesus ensina que a nossa comunhão com Deus depende da reconciliação com as pessoas e grupos que divergem de nós, e até dos que nos perseguem. A atitude de pacificação e reconciliação é mais importante que a ortodoxia doutrinal e o culto divino!

É claro que Jesus não recomenda fazer um momento de parada durante a celebração ou antes da apresentação das oferendas. Ele usa uma imagem forte para reforçar a absoluta importância de cultivar, manter e reatar os vínculos que, tanto do ponto de vista humano como religioso, nos unem ao próximo. E não se trata apenas de constatar que ofendemos alguém e que isso nos pesa na consciência, mas de verificar se nós mesmos agimos mal e provocamos dano e ressentimento nos outros.

O próximo, sendo diferente, e até mesmo divergente de nós, é um dom, um presente, um desafio permanente à nossa integridade e coerência. Relacionar-se fraternalmente com ele jamais será um peso, mas deve ser sempre uma grande alegria.

 (Itacir Brassiani msf)

 

Solicitude pela realidade social

A solidariedade tende a superar-se a si mesma, a revestir as dimensões especificamente cristãs da gratuidade total, do perdão e da reconciliação. O próximo não é só um ser humano com os seus direitos e a sua igualdade fundamental, mas torna-se a imagem viva de Deus Pai, resgatada pelo sangue de Jesus Cristo e tornada um objeto da ação permanente do Espírito Santo. Por isso, ele deve ser amado, ainda que seja inimigo, com o mesmo amor com que o ama o Senhor; e é preciso estarmos dispostos ao sacrifício por ele, a dar a vida pelos próprios irmãos(João Paulo II, Sollicitudo rei socialis, § 40).

Leitura Orante do Evangelho

A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.

O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra”.

Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um tempo pesado e estéril.

Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite escolher apenas os textos que agradam mais.

Que a Palavra de Deus encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.

Missionários da Sagrada Família

https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS

(http://itacir-brassiani.blogspot.com/)

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