192 | Ano B | 2ª
Semana do Advento | Domingo | Marcos 1,1-8
10/12/2023
O segundo domingo
do Advento nos chama à conversão e ao engajamento: ações que tragam consolação
aos desolados; abertura de estradas onde a vida é difícil e o distanciamento
social se impôs implacavelmente; perseverança quando os novos céus e a nova
terra demoram a aparecer; ternura, como a do pastor que carrega no colo os
cordeirinhos e guia as ovelhas que amamentam.
Os caminhos da
justiça e da paz ainda são tortuosos e esburacados, especialmente para os
países e as pessoas pobres. O obstáculo está também no cassino da Wall Street, onde
se compra, vende e especula a vida e a morte dos povos. O Evangelho diz que o
povo que vivia no ‘centro do mundo’ (Jerusalém) se deslocou à periferia
(deserto) para escutar o profeta João. E este é o rumo que precisamos seguir
também nós.
A Palavra de Deus
insiste que é do deserto e da periferia que vêm as notícias que anunciam que o
Humano está nascendo e que um Outro Mundo está sendo gerado. Mas isso pede
inversão de perspectivas e conversão da mentalidade. A novidade que vem do
deserto é peregrina e vulnerável, não se realiza nas ações potentes, nem chama
a atenção. O agente de Deus (Messias) nasce migrante e se hospeda na estrebaria.
João Batista tem
consciência de que é apenas o precursor, de que o chamado à conversão será
seguido pelo anúncio de uma boa notícia, e que o retiro no deserto será
substituído pela estrada que leva aos povoados. Sandálias lembram caminho, e
caminho sugere discipulado. A estrada a ser aberta no deserto é a estrada do
seguimento de Jesus na pobreza, no dom de si e na solidariedade. É a estrada
que leva a Belém e a Nazaré, e desemboca no calvário. É a estrada que nos faz
todas/os irmã/os.
Que ninguém
queira substituir as sandálias do carpinteiro pelas botas dos soldados
arrogantes, ou trocar a Boa Notícia pelas ameaças dos idiotas de plantão!
Seguimento de Jesus não rima com intolerância. Conservar as sandálias e abrir
caminhos é preciso! Mas, até quando conseguiremos manter viva essa convicção e
essa esperança? A realidade parece desmentir o que acreditamos, e a história
parece não considerar nossas utopias.
Meditação:
§ O evangelho de hoje nos pede atenção à
pregação de Isaías e às palavras e ao testemunho de João Batista
§ Qual é o caminho do Senhor que nós e nossas
Igrejas estamos torcendo e precisam ser endireitado?
§ Diante de Jesus e seu Evangelho nos prostramos
obedientes, ou fazemos de menos e até temos a pretensão de corrigi-lo?
§
Quais
seriam os elementos mais relevantes do evangelho e da vida de Jesus para os
homens e mulheres, as Igrejas e o mundo de hoje?
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