194 | Ano B | Festa
de Nossa Senhora de Guadalupe | Lucas 1,39-47
12/12/2023
O texto de hoje é escolhido para iluminar a festa
de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina. Esta manifestação
de Maria a um nativo mexicano insignificante no contexto da opressão colonial
patrocinada pelos colonizadores espanhóis e católicos tem grande significado
para os povos desse continente rico e sofrido.
O episódio evangélico que nos ilumina traduz de
modo plástico a presença libertadora de Deus na história e a serena alegria que
isso desperta na oração e no cântico dos pobres. Não se trata de um sonho
utópico, mas de uma esperança segura, que se fundamenta na fidelidade de Deus
revelada ao longo da história do povo de Israel e das comunidades cristãs.
Inicialmente, a cena é uma ampliação do episódio da
anunciação e uma confirmação dos sinais indicados pelo anjo a Maria. Isabel saúda e proclama a presença do Messias
no seio de Maria, com a mesma surpresa e alegria com as quais Davi e o povo de
Israel saúdam a presença fiel e libertadora de Deus na Arca da Aliança. Ela se
pergunta pelas razões que movem Deus a fazer-se presente em sua humilde casa e
na sofrida história do seu povo.
O próprio João Batista, ainda no ventre de Isabel,
antecipa essa alegria messiânica, e, com a futura mãe, reconhece a presença de
Deus no meio do povo. Maria é aclamada por Isabel como bem-aventurada, ou feliz,
porque acreditou na verdade e na força fecunda da Palavra de Deus, e não
unicamente por ser a mãe do messias esperado. A seu modo, Isabel desvenda o
significado profundo da maternidade de Maria.
Na sequência, Maria toma a palavra e intervém com
um cântico profético no qual celebra a intervenção de Deus no passado e
assegura sua misericórdia no futuro. Ela, serva humilhada, representa todos os
pobres agraciados por Deus que visualizam um mundo novo, que desfaz as
estruturas que dominam e excluem. Em Maria, que se manifesta ao índio Diego com
traços indígenas e grávida, o êxodo do povo de Deus se renova, e as
bem-aventuranças são antecipadas. E os humildes, e pobres e excluídos são os
privilegiados.
Meditação:
§ Reconstrua a cena, acompanhando Maria na sua
caminhada de Nazaré à Judéia, inclusive no seu encontro com sua parenta Isabel
§ Deixe-se envolver pela alegria messiânica que
ilumina e comove Maria, Isabel e João Batista
§ Repita, com Isabel, a saudação mística e
profética com a qual recebe e celebra a visita de Deus ao seu povo
§ Reflita sobre o significa dessas palavras na
cabeça e no coração dos índios explorados e caçados pelos colonizadores
espanhóis
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