212 | Ano B | Oitava de Natal | Sexta-feira | Lucas 2,22-35
29/12/2023
O momento alto desta cena não é, como muita
gente enfatiza, o cumprimento das leis por Maria e José, mas o encontro, à
margem dos dirigentes do templo, com Simeão e Ana, e aquilo que eles anunciam a
todas as pessoas que encontram por perto. Na cena “pintada” por Lucas, tudo
chama a atenção para o significado do filho que Maria e José apresentam ao povo
e ao templo.
Simeão toma o
Menino nos braços e, com seu olhar penetrante, é capaz de discernir a presença de
Deus na fragilidade humana. A presença de Deus traz consigo uma salvação que
desborda as fronteiras étnicas e religiosas, e se destina a todos os povos e a
todas as categorias humanas. Jesus é luz que ilumina todos os povos. Ana também
fala do Menino a todas as pessoas que viviam de esperança. Como os pastores
representam a acolhida de Jesus pelos excluídos, Simeão e Ana expressam a
acolhida pelo resto piedoso e fiel.
No templo, Maria
e José guardam um silêncio atento e observam a alegria consoladora de quem
esperou longamente pela visita do “Sol Nascente”. Poucas coisas estão claras
para eles, porém cresce neles a percepção de que o filho que lhes foi confiado
é especial para todos os povos. Mas este entusiasmo logo é ofuscado pelas
palavras misteriosas que Simeão diz sobre o menino e dirige a Maria. Jesus vai
incomodar, pois veio para desmascarar o colocar pedras no caminho dos
exploradores.
José e Maria percebem,
pouco a pouco, que precisam avançar e crescer no escuro da fé. Como Abraão,
eles se lançam na estrada sem saber onde chegarão. Ousam acreditar, e isso lhes
é creditado como justiça. Abrem-se, pouco a pouco, à novidade que Deus manifestava
através do nascimento daquele inesperado filho. Eis o caminho dos/as
discípulos/as missionários/as.
O breve cântico
de Simeão é uma síntese do credo dos primeiros cristãos: Jesus é Boa Notícia e
caminho de libertação para todos os povos; ele é também o paradigma da missionariedade
da Igreja, permanentemente chamada sair do estreito âmbito dos seus interesses
e sua cultura para ser presença consoladora e libertadora para todas as pessoas
e povos.
Meditação:
§ Releia o texto lentamente, detendo-se nos
personagens, nos gestos, nas atitudes e nas palavras deles
§ Procure perceber como, nas palavras de Simeão
e de Ana, transparece a vida e a missão do Jesus adulto e dos cristãos
§ Você percebe nas Igrejas e pessoas sinais da
tentação de fazer de Jesus um “personagem” exclusivo da sua Igreja ou seu
grupo?
§ Com que palavras e atitudes precisamos hoje
apresentar Jesus às pessoas? Em que medida nossa adesão a ele é consequente?
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