199 | Ano B | 3ª
Semana do Advento | Domingo | João 1,6-8.19-28
17/12/2023
Interrogado
sobre sua identidade e sua missão, João Batista se apresenta como testemunha
Luz, como sinal de algo que está chegando para vencer as trevas e os obstáculos
interpostos pelas elites religiosas e políticas, como arauto de novos caminhos.
“Eu sou a voz de quem grita no deserto. Endireitai o caminho do Senhor!”
Ele é voz que
vem do deserto, da periferia, da margem. Ele é Voz que precede e aponta para a
Palavra. Com seu batismo, João inquieta as autoridades, pois o batismo na água era
um rito cívico-religioso de passagem de estado, uma mudança de senhor. E isso
relativizava os poderes religiosos e políticos. Por isso, o templo envia uma “embaixada”
para recolher informações sobre João.
João Batista
anuncia que no meio de nós já está presente Alguém que não conhecemos, que vem
antes dele e o supera e ultrapassa. Esse Alguém é penhor e início daquela
mudança anunciada pelos profetas antigos e simbolizada no batismo cristão.
Diante do Messias esperado, sua pregação e seu batismo se mostram relativos e insuficientes.
Mesmo sendo o
maior entre os profetas, diante de Jesus João não se atreve a desatar as
correias das suas sandálias, gesto que simbolizava o protesto de uma viúva
diante de um cunhado que se recusasse a desposá-la e dar-lhe descendência, como
mandava a tradição.
Jesus
não despreza a nossa pobre humanidade. Ele nos ama profundamente e sela conosco
uma aliança duradoura “na justiça e no direito, no amor e na ternura” (cf. Os
2,16-25). Ninguém desamarra a correia das suas sandálias! O Messias que
esperamos é o Esposo amado e esperado há séculos, que nos gera como família e
como povo.
A celebração
do Natal é uma espécie de bodas de Deus conosco, e todos sabemos que a preparação
de uma festa de casamento, por mais trabalhosa que seja, é sempre marcada pela
esperança e pela alegria, e não pela tristeza ou pela penitência. Eis a razão
da alegria do Advento!
Meditação:
§ Releia estes versículos densos de espiritualidade,
detendo-se nas palavras ou imagens centrais: testemunha, luz, voz, deserto,
caminhos, sandálias
§ Temos a liberdade e a humildade de reconhecer
que não somos o centro, que não libertamos ninguém, que o que importa é Jesus?
§ Conseguimos viver uma sincera alegria por
sermos menores, dispensáveis, passageiros, sinais que preparam algo melhor?
§ O que dizemos de nós mesmos, de nossa condição
no mundo, do nosso lugar na construção do Reino de Deus?
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