184 | Ano A | 34ª Semana Comum | Sábado | Lucas 21,34-36
02/12/2023
Fim do ano litúrgico, fim do
“discurso escatológico” de Jesus. Amanhã, inauguraremos um tempo novo, e
esperamos que não seja apenas no calendário da Igreja. Isso depende de nós, ao
menos em parte. Mas Jesus nos adverte: tomemos cuidado para que as coisas não
nos surpreendam muito ocupados em não fazer nada, ou ocupados apenas em “fazer
shopping” e organizar festas e férias.
Quando Jesus fala de “preocupações”
não se refere a coisas necessariamente ruins, mas às “pequenas causas” ou
interesses que nos distraem daquilo que é essencial: esperar e preparar o Reino
de Deus mediante uma vida alicerçada no amor, na justiça, na solidariedade e na
gratuidade. Trata-se de ocuparmo-nos com a construção de outro mundo possível,
e não apenas com o consumo enlouquecido. É isso que significa permanecer de pé
diante do Filho do Homem, como o evangelista Lucas coloca na boca de Jesus.
Jesus fala que os desfechos mais
importantes da vida chegam subitamente, e de modo imprevisível: como um laço, ou
como uma armadilha que despenca repentinamente sobre todas as pessoas. A oração
e a capacidade de análise e discernimento do sentido dos acontecimentos são os
dois trilhos que nos mantêm no rumo certo e nos dão força e ânimo para
enfrentar as dificuldades e gerar a novidade alternativa requerida pelo
Evangelho.
Com esse ensinamento, Jesus termina a
primeira parte das “lições” para a formação dos/as discípulos/as. Ele iniciou
seu ministério de mestre no templo, aos doze anos, e, no mesmo templo, conclui
esta parte. A lição decisiva ele a dará logo em seguida, quando será preso,
julgado e eliminado do templo e do meio dos viventes. Será a sua “prova dos
nove”, como será também a nossa.
O caminho do tempo comum termina no
exato momento em que Jesus é julgado em Jerusalém, epopeia que já meditamos e
revivemos na semana santa. Amanhã começaremos a ouvir a Palavra que nos pede olhar
para as fronteiras, os porões, os desertos e as estrebarias, porque lá está
sendo gerada a grande novidade, que não é aquela do campeão mundial de futebol.
Meditação:
§ Leia
atentamente esta cena e as palavras de Jesus, relacionando-as com o conjunto do
seu ensinamento
§ O
que hoje provoca em nós mais insensibilidade, embriaguez e preocupações que
mudam nosso foco e nos dispersam?
§ Você
cultiva a esperança de que “um outro mundo é possível”, ou não acredita em mais
nada?
§ O
que significa para você, hoje, no meio de tantas incertezas e dificuldades,
ficar atento/a e rezar?
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