sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

O Evangelho na vida de cada dia (184)

184 | Ano A | 34ª Semana Comum | Sábado | Lucas 21,34-36

02/12/2023

Fim do ano litúrgico, fim do “discurso escatológico” de Jesus. Amanhã, inauguraremos um tempo novo, e esperamos que não seja apenas no calendário da Igreja. Isso depende de nós, ao menos em parte. Mas Jesus nos adverte: tomemos cuidado para que as coisas não nos surpreendam muito ocupados em não fazer nada, ou ocupados apenas em “fazer shopping” e organizar festas e férias.

Quando Jesus fala de “preocupações” não se refere a coisas necessariamente ruins, mas às “pequenas causas” ou interesses que nos distraem daquilo que é essencial: esperar e preparar o Reino de Deus mediante uma vida alicerçada no amor, na justiça, na solidariedade e na gratuidade. Trata-se de ocuparmo-nos com a construção de outro mundo possível, e não apenas com o consumo enlouquecido. É isso que significa permanecer de pé diante do Filho do Homem, como o evangelista Lucas coloca na boca de Jesus.

Jesus fala que os desfechos mais importantes da vida chegam subitamente, e de modo imprevisível: como um laço, ou como uma armadilha que despenca repentinamente sobre todas as pessoas. A oração e a capacidade de análise e discernimento do sentido dos acontecimentos são os dois trilhos que nos mantêm no rumo certo e nos dão força e ânimo para enfrentar as dificuldades e gerar a novidade alternativa requerida pelo Evangelho.

Com esse ensinamento, Jesus termina a primeira parte das “lições” para a formação dos/as discípulos/as. Ele iniciou seu ministério de mestre no templo, aos doze anos, e, no mesmo templo, conclui esta parte. A lição decisiva ele a dará logo em seguida, quando será preso, julgado e eliminado do templo e do meio dos viventes. Será a sua “prova dos nove”, como será também a nossa.

O caminho do tempo comum termina no exato momento em que Jesus é julgado em Jerusalém, epopeia que já meditamos e revivemos na semana santa. Amanhã começaremos a ouvir a Palavra que nos pede olhar para as fronteiras, os porões, os desertos e as estrebarias, porque lá está sendo gerada a grande novidade, que não é aquela do campeão mundial de futebol.

 

Meditação:

§  Leia atentamente esta cena e as palavras de Jesus, relacionando-as com o conjunto do seu ensinamento

§  O que hoje provoca em nós mais insensibilidade, embriaguez e preocupações que mudam nosso foco e nos dispersam?

§  Você cultiva a esperança de que “um outro mundo é possível”, ou não acredita em mais nada?

§  O que significa para você, hoje, no meio de tantas incertezas e dificuldades, ficar atento/a e rezar?

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