sábado, 1 de dezembro de 2012

Fatos & Personagens: Charles de Foucauld


Charles de Foucauld

Nascido em Strassburgo em 1858, Charles de Foucauld ficou órfão logo na infância, e depois de uma adolescncia agitada e de uma turbulenta carreira no exército, descobriu o fascínio pelo mundo árabe e fez diversas viagens de conhecimentos e estudos no Marrocos.

Com 28 anos de idade Charles de Foucauld descobriu a fé cristã e, ao mesmo tempo, intuiu a própria vocação. “Não apenas comecei a acreditar que existia um Deus, mas compreendi que não poderia fazer outra coisa que viver por ele”, escreverá alguns anos mais tarde.

Charles Ingressou na Ordem dos Trapistas em Notre Dame des Neiges, adotou o nome de Fr. Marie-Albéric e emitiu os votos monásticos. Mas a procura de Deus no despojamento e no seguimento do Cristo pobre, que se colocou no último lugar, o levará a deixar o mosteiro trapista, com a aprovação dos superiores. Então, partiu à Terra Santa e, mais tarde, ao deserto do Saara.

Ordenado presbítero, Charles iniciou no deserto um percurso de presença silenciosa de amor universal no meio do povo tuareg. A libertação dos escravos e o anúncio do Evangelho a eles, a tradução dos evangelhos na língua local, o encontro com os muçulmanos – como ele, inteiramente abandonados a Deus – marcaram os anos passados em Béni-Abbès e em Tamanrasset.

Foi nesta última localidade, no contexto das hostilidades entre franceses e árabes, que Charles de Foucauld foi assassinado, provavelmente por engano, no dia 1° de dezembro de 1916. “Viva como se você devesse morrer mártire hoje”, escrevera alguns dias antes no seu diário.

Parábola do grão que, caindo na terra e morrendo, germina e produz muitos frutos, Charles de Foucauld – que não teve ninguém que o acompanhasse na intimidade com Cristo no sofrimento e na morte a si mesmo – encontrará, depois da morte, numerosos discípulos e discípulas que, como ele, abraçarão a cruz de Cristo, seguros de assim poderem também aquele que nele foi pregado.

Numa das suas mais conhecidas preces, Charles de Foucauld pede: “Dai-me, Senhor, a graça de aproveitar da vossa lição. Fazei que me considere sempre servidor de todos/as. Servidor das almas e dos corpos, para fazer a cada um o maior bem possível. Servidor que serve sempre que a ocasião se apresenta. Servidor que toma o último lugar. Servidor que não se faz servir pelos outros. Servidor que em qualquer situação procura servir os outros, como vós me ensinastes. Vós que, sendo Deus e Senhor, quisestes viver entre nós como aquele que serve. Amém!”
(Comunità de Bose, Il libro dei testimoni, San Paolo, Milano, 2002, p. 561-562)

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