(Mt 10,17-22) Temos mais oito dias (a
oitava de Natal) para continuar anunciando a grande notícia que já conhecemos
mas que demoramos a reconhecer e tornar presente. O que mais precisamos é fazer
Deus renascer em nossa vida, reservar-lhe um espaço, deixar que ele conduza a
Igreja, que ele se faça carne em nossas às vezes cansadas e desmotivadas
comunidades. Mas, como já dissemos ontem, para muita gente o Natal é difícil e
sofrido, porque faz emergir a profunda nostalgia de bem e de amor que aperta o nosso
coração. Para quem vive o Natal na solidão, sem uma família ou em meio a
pessoas que sentem estar distantes, o Natal é pesado. Por isso a Igreja celebra
hoje Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão: para recordar que acolher Deus
na sua pequenez e fragilidade acaba provocando dor e sofrimento, e exige
empenho e conversão. Para lembrar que ser cristão pode exigir derramamamento de
sangue. E também que o Menino não suscita apenas sentimentos de ternura, mas
também inquietação e preocupação. É verdade que um Deus inócuo, frágil e
entregue à nossa indiferença nos desconcerta e suscita algumas reações
perigosas... É marcado pelo sangue o Natal que acabamos enchendo de açúcar!
Coragem, irmãos e irmãs que sofrem: olhemos com confiança o Senhor. O seu não
foi um grande Natal... (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, dezembro/2013,
p. 176)
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