Anunciemos e testemunhemos
aos irmãos que Jesus vive | 690 | 22.04.2025 |
João 20,11-18
Junto à sepultura
de Jesus, Maria Madalena chora sua desesperança, sua pena e sua desorientação.
Para ela, a única coisa certa e palpável é a morte de Jesus. Está disposta a
levá-lo consigo, mesmo morto. Vê anjos que a interrogam sobre a dor. Não
pronuncia ao Jardineiro o nome de Jesus, e o chama de Senhor. Não reconhece
Jesus pela voz, nem pela aparência. A tumba vazia é insuficiente para sustentar
a fé na ressurreição de Jesus.
As vestes brancas e a pergunta dos
anjos insinuam que não há motivo para o luto. Mas é somente quando Jesus chama
Madalena pelo nome, quando ela se volta a ele e deixa de olhar para a tumba ou
para o passado que seus olhos se abrem. É a voz do Pastor que caminha à frente
e é reconhecido pelas ovelhas, a voz que chama pelo nome a acolhe cada pessoa,
nas suas dores e nos seus sonhos. Madalena se descobre esposa da nova aliança.
Esta experiência de Maria de Magdala
ainda não é a meta, mas apenas o começo da missão, do testemunho aos irmãos, à
comunidade dos iguais instituída na ceia e no lava-pés. Depois de tê-lo
desejado, buscado, conhecido, seguido e amado em vida, ela precisa se inclinar
para dentro de si mesma, para a profundidade do próprio desejo, para
reconhecê-lo e amá-lo sem retê-lo. Sem isso, seus olhos continuariam fechados à
novidade.
É no movimento de voltar-nos para
nossa interioridade mais profunda, de superar um certo realismo, que não passa
de cinismo desmobilizador, que identificamos os sinais de vida e encontramos
Jesus ressuscitado chamando-nos pelo nome. Crer em Jesus crucificado e
ressuscitado é mais que constatar que a sepultura está vazia. Significa
encontrá-lo, reconhece-lo, escutá-lo e segui-lo de modo pessoal e renovado na
missão.
Que
o Espírito Santo abra nossos olhos e nos ajude a ver a presença escondida,
solidária e transformadora de Jesus neste mundo tão contraditório. E possamos
reconhecer, com os olhos da fé, que ele está em comunhão conosco, com o amado Papa
Francisco e todos os que partiram, com todos os sofredores e vítimas,
dialogando, chamando e enviando.
Sugestões para meditar
§ Preste
atenção nas palavras de envio de Maria aos discípulos. Com que palavra Jesus se
refere àqueles que o abandonaram?
§ Como
entender a aparente cegueira e falta de discernimento de Maria, incapaz de
reconhecer Jesus que está vivo e lhe fala?
§ O
que faz com que tantos cristãos não vivam a fé na ressurreição de Jesus como
imperativo para continuar sua missão libertadora?
§ O
testemunho que damos com nossa vida é ajuda ou empecilho para que as pessoas de
hoje acreditem na ressurreição de Jesus?
Nenhum comentário:
Postar um comentário