segunda-feira, 21 de abril de 2025

Ele está no meio de nós!

Anunciemos e testemunhemos aos irmãos que Jesus vive | 690 | 22.04.2025 | João 20,11-18

Junto à sepultura de Jesus, Maria Madalena chora sua desesperança, sua pena e sua desorientação. Para ela, a única coisa certa e palpável é a morte de Jesus. Está disposta a levá-lo consigo, mesmo morto. Vê anjos que a interrogam sobre a dor. Não pronuncia ao Jardineiro o nome de Jesus, e o chama de Senhor. Não reconhece Jesus pela voz, nem pela aparência. A tumba vazia é insuficiente para sustentar a fé na ressurreição de Jesus.

As vestes brancas e a pergunta dos anjos insinuam que não há motivo para o luto. Mas é somente quando Jesus chama Madalena pelo nome, quando ela se volta a ele e deixa de olhar para a tumba ou para o passado que seus olhos se abrem. É a voz do Pastor que caminha à frente e é reconhecido pelas ovelhas, a voz que chama pelo nome a acolhe cada pessoa, nas suas dores e nos seus sonhos. Madalena se descobre esposa da nova aliança.

Esta experiência de Maria de Magdala ainda não é a meta, mas apenas o começo da missão, do testemunho aos irmãos, à comunidade dos iguais instituída na ceia e no lava-pés. Depois de tê-lo desejado, buscado, conhecido, seguido e amado em vida, ela precisa se inclinar para dentro de si mesma, para a profundidade do próprio desejo, para reconhecê-lo e amá-lo sem retê-lo. Sem isso, seus olhos continuariam fechados à novidade.

É no movimento de voltar-nos para nossa interioridade mais profunda, de superar um certo realismo, que não passa de cinismo desmobilizador, que identificamos os sinais de vida e encontramos Jesus ressuscitado chamando-nos pelo nome. Crer em Jesus crucificado e ressuscitado é mais que constatar que a sepultura está vazia. Significa encontrá-lo, reconhece-lo, escutá-lo e segui-lo de modo pessoal e renovado na missão.

Que o Espírito Santo abra nossos olhos e nos ajude a ver a presença escondida, solidária e transformadora de Jesus neste mundo tão contraditório. E possamos reconhecer, com os olhos da fé, que ele está em comunhão conosco, com o amado Papa Francisco e todos os que partiram, com todos os sofredores e vítimas, dialogando, chamando e enviando.

 

Sugestões para meditar

§ Preste atenção nas palavras de envio de Maria aos discípulos. Com que palavra Jesus se refere àqueles que o abandonaram?

§ Como entender a aparente cegueira e falta de discernimento de Maria, incapaz de reconhecer Jesus que está vivo e lhe fala?

§ O que faz com que tantos cristãos não vivam a fé na ressurreição de Jesus como imperativo para continuar sua missão libertadora?

§ O testemunho que damos com nossa vida é ajuda ou empecilho para que as pessoas de hoje acreditem na ressurreição de Jesus?

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