Roteiro de Leitura Orante do Evangelho 458
Dia 24/07/2021 | 16ª Semana Comum | Sábado
Evangelho segundo Mateus (13,24-30)
(1) Coloque-se em atitude de oração
·
Escolha um momento adequado e
tranquilo/a para a meditação
·
Escolha o lugar no qual você se sinta
bem e não seja interrompido/a
·
Busque uma posição corporal que lhe
ajude a concentrar-se
·
Acenda uma vela, e tome a bíblia em
suas mãos
·
Tome consciência de si mesmo/a e do
momento que vivemos
·
Faça silêncio interior e ative o
desejo de ouvir a Palavra de Deus
·
Prepare-se
ouvindo a canção “Palavras de salvação somente o céu pra dar” (https://www.youtube.com/watch?v=ui-q2qnJyac)
(2)
Leia o texto da Palavra de Deus
·
Leia com toda a atenção o texto de Mateus 13,24-30
·
Leia o texto em voz alta (se achar
necessário e for possível)
·
Mateus
reúne do capítulo 13 do seu evangelho várias parábolas que ajudam a entender o
mistério e o dinamismo do Reino de Deus
·
Com
o recurso das parábolas, deseja quebrar a resistência e a oposição das elites à
novidade inaugurada pelo Reino de Deus
·
Somos
sempre rondados pela tentação de separar as pessoas que julgamos boas das
pessoas que rotulamos como más
·
Também
os discípulos de Jesus, em vez de se preocuparem em ser sal, fermento e luz no
mundo, sonham em se separar dos “imundos”
·
Não
podemos ceder à tentadora visão de um mundo “totalmente dominado” nem na ilusão
de um mundo plenamente purificado
·
O que a Palavra de Deus
diz em si mesma?
(3)
Medite a Palavra de Deus
·
Procure perceber: O que a Palavra de Deus diz a
você hoje?
·
Você
percebe que se comporta como os agricultores que pretendem separar o joio do
trigo, com o risco de ser confundido pelas aparências?
·
O
que Jesus quer nos ensinar com a parábola do trigo e do joio? Será a
passividade diante do mal?
·
Em
que medida somos iludidos pelo sonho de uma Igreja e um mundo isento de
ambiguidades, descanso para quem desistiu de lutar?
·
Como
evitar o engano de pensar indevidamente que o tempo da colheita chegou, e
colocarmo-nos como colhedores e não como trigo?
(4)
Reze com o texto lido e meditado
·
Tome consciência de que este texto é
Palavra de Deus
·
Depois de escutar atentamente, agora é
sua vez de falar
·
Não mude de assunto, pois sua palavra é
sua resposta a Deus
·
Permita que o próprio Deus dirija a sua
oração, a sua resposta
·
Não se preocupe com raciocínios e
frases bem articuladas
·
Procure perceber o que a Palavra de Deus lhe faz
dizer a Deus?
·
Coloque-se
diante do Senhor como de um espelho, e peça a graça de perceber suas próprias
ambiguidades e ambivalências
·
Procure
ler e entender esta parábola do Reino relacionando-a com as parábolas do
fermento e da semente de mostarda
(5) Contemple a vida à luz da Palavra
·
Procure contemplar a realidade do mundo
com o olhar de Deus
·
Busque meios para colocar em prática o
que Deus lhe fala
·
Perceba o que você precisa mudar a
partir dessa meditação
·
Responda: O que Deus está pedindo que eu
mude ou faça?
·
O
que fazer para que o vírus do negacionaismo e da intolerância não infectem
irreversivelmente a Igreja e a sociedade brasileira?
(6) Retorne à vida cotidiana
· Recite
o Pai Nosso e a Ave Maria
· Recite
ou cante a invocação: Jesus, Maria e José: acolhei-nos,
iluminai-nos e congregai-nos!
· Assuma
um compromisso pessoal de conversão e mudança
· Medite assistindo um clip tailandês sobre a
compaixão (Acessível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=mByZJkSQBbU)
· Apague
a vela e termina seu momento de oração
Pistas sobre Mateus 13,24-30
Ao lado da parábola do semeador, esta parábola do
trigo e do joio é uma das mais conhecidas dos leitores/as. Na verdade, para não
resvalarmos para uma interpretação parcial e arbitrária do dinamismo do Reino
de Deus, precisamos ler conjuntamente todas as parábolas do Reino. Mas cada uma
delas tem seu conflito subjacente e seu foco.
Depois de termos meditado a parábola do semeador e
uma das suas possíveis interpretações, hoje somos colocados diante de uma nova
parábola. Qual seria o conflito ou a preocupação que subjaz à parábola do trigo
e do joio? A quais questionamentos ela se propõe a responder? No contexto literário
é difícil perceber, pois, no capítulo 13, Mateus agrupa várias parábolas, como
se fosse um livreto separado.
A ambiguidade dos pensamentos e sentimentos, nossos
e dos outros, nos atordoam. É difícil aceitar a ambivalência dos
acontecimentos, instituições e estruturas. Por que as coisas e pessoas não são
mais simples, transparentes e coerentes? Até a Igreja, comunidade dos
discípulos/as de Jesus, que nasceu para ser sinal eloquente e unívoco de Jesus
e do Reino de Deus, tem suas contradições e sombras que colaboram para desbotar
as cores vivas do Reino.
É este conjunto de questões que nos rondam ontem e
hoje que a parábola do trigo e do joio quer iluminar. Assim como Deus viu que
as criaturas que brotaram de suas generosas mãos de artista são belas e boas,
também a semente do Reino de Deus espalhada pelos cristãos nos diversos
terrenos da missão são boas e fecundas. Mas a história e o tempo continuam
sendo o terreno das imperfeições e do crescimento.
Não adianta lamentar, nem é possível tentar separar
e excluir as pessoas que taxamos como maldosas ou menos boas enquanto estamos a
caminho. Se é pelos frutos (e não pelas folhas e pelas aparências!) que
conhecemos as árvores, é também pelos frutos (que quase sempre chegam no final
da vida das plantas) que demonstraremos quem somos e conheceremos os outros.
Aqui nada é puro, nada é perfeito.
(Itacir Brassiani msf)
Ensinamento do
Papa Francisco
“As pessoas
parecem já não acreditar num futuro feliz nem confiam cegamente num amanhã
melhor
a partir das condições atuais do mundo e das capacidades técnicas. Tomam
consciência de que o progresso da
ciência e da técnica não equivale ao progresso da humanidade e da história.
Apesar disso, também não se imaginam
renunciando às possibilidades que oferece a tecnologia. O avolumar-se de
constantes novidades consagra uma fugacidade que nos arrasta à superfície numa
única direção. Torna-se difícil parar
para recuperarmos a profundidade da vida”. (Laudato Si’, § 113)
Leitura Orante do Evangelho
A Leitura Orante da Palavra de Deus é um exercício para iluminar e para
fecundar nossa vida cotidiana com a Palavra de Deus. Pode ser feita
individualmente ou em família, em grupo ou em comunidade.
O Papa Bento XVI diz que “ouvir juntos a Palavra de
Deus, praticar a Lectio Divina, deixar-se surpreender pela novidade do
Evangelho, superar a surdez àquilo que não está de acordo com nossas opiniões
ou preconceitos, é um caminho para alcançar a unidade da fé, como resposta à
escuta da Palavra”.
Em tempos nos quais o amor ao próximo e a precaução com a
saúde impõem restrições à convivência e à movimentação social, a Leitura Orante é um modo de ir além da
simples assistência de celebrações virtuais e uma forma evitar que este seja um
tempo pesado e estéril.
Os textos propostos aqui são aqueles indicados pela Igreja
para a liturgia diária. Pessoas e grupos que desejarem, podem escolher outros
textos, desde que tenham uma sequência, seja preparado um roteiro e se evite
escolher apenas os textos que agradam mais.
Que a Palavra de Deus
encontre em cada um/a de nós um terreno fecundo, e, mesmo nesses tempos inesperadamente
difíceis, produza bons e abundantes frutos para a vida do mundo.
Missionários da Sagrada Família
https://misafala.org/ | Passo Fundo/RS
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