sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Palavra na vida

(Lc 12,54-59) Estás coberto de razão, Senhor: somos hipócritas! Fingimos não ver, não perceber o que está acontecendo. Brincamos diante dos acontecimentos que nos chamam a comprender e a crer. Vivemos como se nada tivesse que ser mudado, como se a Igreja fosse imutável, como se tudo fosse pressuposto. Metemos a cabeça sob a areia, acusamos aqueles que não frequentam a Igreja, os pais que murmuram durante as reuniões às quais são obrigados a participar (quase sempre inúteis e chatas), e estreitamos os laços com o pequeno grupo de católicos sobreviventes.  Não, não somos capazes de ver os sinais dos tempos, não conseguimos entender nem mesmo a força do gesto de um Papa que deixa as chaves a um outro, por respeito e honra ao ministério de Pedro, sem pensar em si mesmo; e de um outro Papa, Francisco, que assume o timão com humildade e mansidão, e nos desafia a questiona se estamos cumprindo a missão a nós confiada pelo Senhor: narrar o Evangelho onde vivemos. Tens razão, Senhor: são tantos os que jogam com o medo do povo e anunciam eventos catastróficos que assustam os pequenos e não os encorajam a abrirem-se à surpresa de um tempo marcado pela imensa ternura do Pai. Tens razão, Senhor: é hora de acordar. (Paolo Curtaz, Parola & Preghiera, outubro/2013, p. 164)

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