terça-feira, 15 de outubro de 2013

XIII Capitulo Geral MSF

Sob o olhar de Santa Teresa d’Ávila
Hoje, memória da corajosa reformadora e doutora da Igreja, Santa Teresa d’Avila, foi, para nosso XIII Capítulo Geral um dia de decisões fortes, com muitas consequências. Na liturgia da manhã cantamos, em diversas línguas, um dos versos mais conhecidos desta santa espanhola: “Nada te perturbe, nada te espante. A quem está com Deus, nada lhe falta. Nada te perturbe, nada te espante... Só Deus basta!”
A primeira informação que recebemos no início da sessão da manhã foi uma boa notícia: Pe. Augustinus Purnama (de Java), aceitou a eleição para assistente (não obstante não ter conseguido dormir, pois recebera a comunicação à meia-noite de segunda-feira). Assim, começamos a manhã de trabalhos com dois membros do Governo Geral eleitos e confirmados: Pe. Edmund Jan Michalski (da Polônia, reeleito Superior Geral); Pe. Augustinus Purnama (de Java, Vigário Geral).
Passamos à eleição dos outros três assistentes. O processo continuou complicado. No segundo escrutínio para segundo assistente foi eleito o Pe. Julio Cesar Werlang (Superior Provincial do Brasil meridional), com 22 sobre 43 votos. Assim, como há seis anos atrás, a Província fica sem seu Superior apenas um mês depois da posse, e o fardo recai inesperadamente sobre as costas do Pe. Jandir Haas. Um grande rebuliço, e novo Capítulo provincial à vista...
Patrice, Edmund, Julio Cesar e Bogdan (falta Augustinus): novo Governo Geral dos MSF
Na sequência, já na primeira votação reelegemos o Pe. Patrice Ralaivao (de Madagascar) como terceiro assistente. No segundo escrutínio, elegemos, como quarto assistente, com um total de 27 votos, o Pe. Fernando Lopez Fernandez (da Província da Espanha). Ele não faz parte do Capítulo e, consultado por telefone, não aceitou. O quarto assistente saiu no segundo escrutínio: Pe. Bogdan Mikutra (da Polônia, secretário do capítulo), com 23 votos.
As dificuldades que enfrentamos nesse processo de discernimento para a escolha do novo Governo Geral nos passou algumas lições: a atitude espiritual de fundo é absolutamente relevante; pode ser irresponsável não fazer um processo de discussão e discernimento antecipado e amplo, com a participação de toda a Congregação; é necessário partir sempre de uma lista de nomes a mais ampla possível.
A última agenda do dia, já na parte da tarde, foi o futuro de algumas Províncias da Europa: Suíça, França e Holanda. A Suíça e a França apresentaram ao Capítulo o pedido de desaparecer como Províncias e continuar como comunidades subordinadas ao Governo Geral. O Capítulo decidiu por unanimidade pela supressão destas Províncias e pediu que o Governo Geral defina concretamente a data e o modo.
Embora a situação seja ainda mais crítica que a das Províncias anteriores, a Holanda não fez um pedido explícito e não demonstra vontade de desaparecer, embora não tenha mais nada a ver com uma Província religiosa de verdade. É claro que é sempre difícil emitir um certificado de óbito, mesmo quando não resta mais que um simples cadáver. Mas penso que seria sinal de irresponsabilidade se esse Capítulo não chegasse à mesma decisão que chegou em relação às outras duas Províncias.

Itacir Brassiani msf

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