quinta-feira, 6 de julho de 2023

O Evangelho de cada dia (40)

Ano A | 13ª Semana Comum | Sexta-feira | Mateus 9,9-13

(07/07/2023)

Depois de curar uma pessoa paralítica, que contou com o auxílio de pessoas amigas, Jesus não reivindica para si mesmo os créditos do perdão e da cura. Ele passa do perdão – que é uma ação interior, cujos frutos não são visíveis – à cura, que é o lado visível da mesma ação. Diante do que viu, o povo ficou muito impressionado, com muito medo, e glorificou a Deus por ter dado tal poder a Jesus e aos seus discípulos.

No texto de hoje, Jesus se encontra com Levi, que é cobrador de impostos, colaborador do império romano e, por isso, também considerado pecador, execrado e banido da convivência social e religiosa pelos judeus. Jesus não se orienta por preconceitos que excluem, pelas aparências e exterioridades. Partindo da base e da periferia social, Jesus chama e congrega pessoas de boa vontade para, com elas, iniciar uma comunidade alternativa.

Levi responde prontamente ao chamado de Jesus, e entra no seu caminho. Como não exclui ninguém da mesa do Reino, desde que a pessoa entre no dinamismo do Reino de Deus, Jesus se confraterniza com Levi, seus colegas cobradores de impostos e muitas outras pessoas tratadas pelo judaísmo como pecadoras na casa de Levi. Pecador é o termo usado para designar e identificar quem desaprova e não vive de acordo com as normas de um grupo.

Essa prática inclusiva e inovadora de Jesus desestabiliza a ordem social, e, por isso, é criticada pelos fariseus e mestres da lei. Esta manifestação da misericórdia de Deus é por eles vista como desconformidade com a vontade de Deus. A condescendência e a justiça de Deus, assim como é entendida e praticada por Jesus, deslegitima as práticas excludentes do judaísmo e seus representantes, e também dos seus sucessores hoje.

Levi tomará parte desta comunidade vivificadora que compartilha recursos e estabelece relações estáveis de acolhida e inclusão, e passa a ser visto como modelo de discípulo e apóstolo. Ele entendeu que Deus quer misericórdia, e não legalismo, que Jesus veio para quem está necessitado, e não para quem se considera satisfeito. E esse deve ser o caminho da Igreja e todos os seus organismos.

 

Meditação:

·    Retome a cena de Mateus trabalhando, sendo interpelado por Jesus, deixando tudo para segui-lo, e confraternizando-se com ele

·    Participe da cena, da alegria de Mateus e outros pecadores, da postura crítica dos fariseus e líderes do judaísmo

·    Contemple a vida de Jesus e, com Mateus, acolha e aprenda essa lição fundamental: Deus quer misericórdia e não sacrifícios

·    Como nós e nossas igrejas acolhemos e praticamos esse princípio fundamental que orienta toda a vida e a missão de Jesus?

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